Em uma atualização divulgada na quarta-feira, 7 de agosto, o Banco Central revelou que ainda há R$ 8,5 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro, referentes a valores que não foram resgatados até o final de junho. Desde o lançamento do Sistema de Valores a Receber (SVR), o programa já devolveu R$ 7,4 bilhões de um total de R$ 15,9 bilhões disponíveis para resgate.
O SVR é uma ferramenta oferecida pelo Banco Central que permite aos cidadãos, empresas e herdeiros de pessoas falecidas consultarem se possuem valores esquecidos em bancos, consórcios ou outras instituições financeiras. Para ter acesso aos recursos de falecidos, é necessário ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal.
Até o final de junho, 21,6 milhões de correntistas haviam resgatado valores através do SVR, representando menos da metade dos 66,3 milhões correntistas que estão listados como potenciais beneficiários desde o início do programa, em fevereiro de 2022. Entre os que já realizaram o resgate, 20,1 milhões são pessoas físicas e 1,5 milhão são pessoas jurídicas. Por outro lado, 41,2 milhões de pessoas físicas e 3,4 milhões de pessoas jurídicas ainda não fizeram o saque dos valores disponíveis.
A maior parte dos recursos ainda não resgatados é composta por pequenas quantias. Dos valores a receber, 63,1% são inferiores a R$ 10. Outros 25,06% estão na faixa entre R$ 10,01 e R$ 100, e 10,04% são entre R$ 100,01 e R$ 1 mil. Apenas 1,8% dos beneficiários têm direito a mais de R$ 1 mil.
Em junho, foram retirados R$ 268 milhões, uma redução em relação ao mês anterior, quando o valor resgatado foi de R$ 328 milhões. O SVR abrange valores em contas-corrente ou poupança encerradas, cotas de cooperativas de crédito, recursos não procurados de consórcios encerrados, tarifas cobradas indevidamente, e outros recursos disponíveis.
O Banco Central faz um alerta importante aos correntistas sobre a existência de golpes relacionados ao SVR. O BC ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são gratuitos e que o Banco Central não envia links nem realiza contatos para tratar sobre valores a receber ou confirmar dados pessoais. Apenas a instituição financeira indicada na consulta do SVR pode entrar em contato com o cidadão, e é fundamental que os cidadãos não forneçam senhas ou informações pessoais para terceiros.
Para acessar o SVR e verificar se há valores a receber, os cidadãos devem utilizar o portal oficial do Banco Central, que oferece orientação clara e segura para o resgate de recursos esquecidos.