Pesquisa entre oito estabelecimentos de Bento Gonçalves, divulgada pelo Procon, traz comparativo do valor dos itens pedidos nas listas pelas escolas. Grande variação de preços chama atenção
Necessários para o bom aproveitamento e aprendizado do aluno durante o ano letivo, os itens da lista repassada pelas escolas apresentam, em 2024, quase 1000% de variação em seus preços, no comércio de Bento Gonçalves, de acordo com estudo comparativo divulgado pela Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Bento Gonçalves, com a relação de preços de itens básicos do material escolar de oito diferentes estabelecimentos da cidade.
O intuito da entidade é ajudar as famílias a adquirir os itens escolares a preços acessíveis e conscientizar os consumidores sobre os seus direitos. Segundo a tabela comparativa do Procon, se forem comprados apenas os itens mais baratos da lista, o total seria de R$ 136,30. Já para o somatório dos produtos mais caros, o total ficaria em R$ 518,82, ou seja, uma diferença de R$ 382,52. O item que mais teve variação de valor foi o estojo simples, com uma diferença de 997% entre o mais barato e o mais caro.
Em seguida, a caneta esferográfica comum, apresentou uma variação de preço de cerca de 929%. A mais barata custa R$ 0,85 e a mais cara R$ 7,90, em papelarias diferentes.
Muitas vezes, fica difícil resistir aos pedidos das crianças, que gostam de produtos com personagens e coloridos, geralmente mais caros. Porém, nem sempre esses itens da moda são viáveis. Por isso, é preciso que pais e responsáveis fiquem atentos e pesquisem antes de comprar. Alguns produtos também podem ser reaproveitados dos anos anteriores, se estiverem em boas condições.
Pricila Piccini, 34 anos, é mãe de Theo, de quatro anos. Ela comenta que, a cada ano que passa, é natural que aumente a quantidade e a variedade de itens, mas os preços a assustaram. “Tive que pesquisar bastante, pois os valores variam muito de loja para loja. Algumas coisas vamos reaproveitar do ano passado, mas outras não tem muito o que fazer, precisamos comprar. Vale a pena comprar em lugares diferentes, apesar de dar trabalho, porque a diferença entre os preços é enorme. Também já existem algumas papelarias que estão com falta de alguns produtos, devido a grande procura”, comenta.
Outra estratégia para economizar é não levar os pequenos na hora das compras. Assim, fica mais fácil de evitar a tentação de comprar algo mais caro, o que pode gerar frustração para a criança.
Caso não consiga deixar as crianças em casa, pode ser estabelecido um valor específico ou um número de itens que elas mesmas podem escolher. Dessa forma, tanto os pais quanto os filhos saem ganhando.
Reaproveitar o material, em bom estado, de anos anteriores, também ajuda a economizar mais um pouco, além de contribuir para o consumo consciente. Pode ocorrer, também, a troca e venda de materiais entre os pais, o que garante um preço mais atrativo, sem perder a funcionalidade do item. O mesmo acontece com os livros didáticos e uniformes, não comprometendo tanto o orçamento familiar.
Na hora de comprar os materiais escolares, é necessário entender o momento financeiro da família. Se a fase é de aperto no orçamento, o melhor é abrir mão de produtos com marcas licenciadas e personagens, dando preferência aos materiais mais simples. Assim, cabe ao consumidor decidir o que o agrada mais ou aquele que cabe no bolso.
Os principais componentes que impactam os preços são os aumentos de custos de papel, de embalagens e de alguns produtos importados. Diante de um cenário econômico pouco favorável, toda economia é bem-vinda, principalmente quando a família conta com mais de uma criança em seu núcleo.
Ficar atento aos principais sites de compras também é uma alternativa. Muitas lojas online oferecem uma ampla variedade de produtos a preços competitivos, com possibilidade de entrega em casa.
De olho na Lei
A lista de materiais disponibilizada pelas escolas deve seguir a Lei Federal nº 9.870/99, que define diversos critérios e proíbe, por exemplo, a inclusão de itens não relacionados às atividades do ano letivo.
Os materiais solicitados devem ser de uso exclusivo do aluno, e itens como produtos de limpeza, não podem constar na lista, sendo de responsabilidade da escola.
A legislação também estabelece que alguns materiais devem ser devolvidos ao final do ano letivo, incluindo livros, jogos didáticos, fantasias, fantoches, mesmo que não tenham sido utilizados.
Em caso de irregularidades, contate o fornecedor e, se não for resolvido o problema, entre em contato com o Procon Municipal através do telefone (54) 3055-8547.