Maior ilha fluviomarinha do mundo, a Ilha de Marajó é banhada pelo oceano Atlântico e pelos rios Amazonas e Tocantins. Localizada no Pará, é dividida em 12 municípios pontilhados por matas, rios, campos, mangues e igarapés, forma um cenário perfeito para quem pretende desvendar um pedaço quase intacto da selva amazônica.

O ponto de partida da viagem é Belém, de onde saem catamarãs, barcos e balsas rumo à Soure, a “capital” da ilha, alcançada depois de duas a três horas de navegação. É nesta área que estão as melhores praias – do Pesqueiro, Barra Velha e Joanes -, as melhores hospedagens e restaurantes, além de boa parte dos 250 mil habitantes da região.

Com tanta diversidade, Marajó promove experiências únicas. A mais interessante delas é montar no lombo de um búfalo para um passeio.

Símbolos da ilha, os animais são vistos em grandes manadas nas extensas planícies ou dispersos nas modestas áreas urbanas, onde são usados como táxi e montaria para a polícia. No Carnaval, fazem sucesso puxando carroças equipadas com caixas de som, numa versão local dos trios elétricos baianos.

Habitat de grande variedade de peixes e pássaros, o arquipélago oferece muitas atividades em meio à natureza, realizadas nas fazendas. Entre elas estão observação de guarás – ave típica de penas vermelhas -, pesca, a focagem de jacarés e passeios de barco pelos igarapés. Os fãs dos esportes de aventura também se divertem na área com a prática de caminhadas na selva, rafting e ciclismo pelas praias.

As surpresas se fazem presentes também na gastronomia, que tem a carne de búfalo – claro! – como grande destaque. Os pratos mais apreciados são o Filé Marajoara, servido com mussarela de búfala derretida; e o Frito do Vaqueiro, que traz fraldinha ou minguinha (carne da costela) cozidos e acompanhados de pirão de leite. Também merecem destaques o caldo de turu, um molusco típico do mangue; e as suculentas peixadas. Para a sobremesa, aposte nos sorvetes de frutas exóticas como uxi, bacuri, taperebá e cajarana. 

Os encantos da região se refletem também na cultura. Uma das heranças mais ricas deixadas pelos índios marajoaras é a bela arte da cerâmica estilizada. Para apreciar os trabalhos, siga para o Museu do Marajó, localizado na modesta Cachoeira do Arari, uma cidadezinha escondida no meio da mata. Construído numa antiga fábrica de óleos, o espaço tem um rico acervo que guarda desde vasos, jarros e utensílios de cozinha à urnas funerárias. Quando o assunto é dança, o carimbó e o lundu surgem absolutos. Autênticos da região, os passos foram inspirados em manifestações de origem africana e indígena.

Antes de viajar, escolha bem a época, já que calor e chuvas são características comuns do Pará se intercalam no calendário. No primeiro semestre chove quase todos os dias, alagando campos e florestas e impedindo algumas travessias. A vantagem é que a temperatura fica mais amena. No resto do ano, no período de seca, os termômetros batem facilmente os 40 graus. O consolo é que a água já baixou e fica mais fácil circular pela região. No mês de julho, agradável e concorrido, os turistas lotam a orla da praia do Pesqueiro.

Fonte: www.feriasbrasil.com.br