Situações complexas, preocupantes, muitas vezes mascaradas por elementos truculentos e de difícil controle passam a fazer parte do cenário educacional municipal. A segunda reportagem sobre drogas e violência nas escolas da Capital do Vinho aborda os bastidores do combate à criminalidade instaurada nos corredores e salas de aula dos educandários, expondo as dificuldades de educadores, conselheiros e até mesmo da Polícia Militar na manutenção de um ambiente saudável para o ensino.
O problema não é atual, porém, tem se mantido nos holofotes sociais há certo tempo. Frequentemente, adolescentes são protagonistas de casos de posse de entorpecentes, agressões e assédio moral dentro dos muros escolares e, com o passar das gerações, o que até então era vencido com palmatória e punição verbal, acabou precisando do apoio armado de autoridades para ser contido. É de conhecimento popular o tradicional bordão “denuncie”, encontrado em diversas campanhas antidrogas e de violências diversas, entretanto, nos casos que envolvem educandários, a situação passa a ser mais delicada. “Existe muito medo. Presenciamos situações de violência em que a menina agredida chegou em casa e não contou os pais. Eles sabem das represálias no futuro”, relata a assessora pedagógica da 16ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Rosane Machado.
Na tentativa de minimizar o cenário, a 16ª CRE tem apostado na aproximação de pais ou responsáveis do âmbito escolar para corroboração no combate a criminalidade. “Uma de nossas grandes preocupações é tentar trazer a ajuda dos pais. Estamos realizando a qualificação dos professores e o próximo passo é um projeto para chamar os pais. Antes conseguíamos fazer com que só os bons viessem. Agora, estamos em tal estado que todos devem vir. Vamos pressionar, com o apoio dos órgãos públicos para trazer estes pais. E uma resposta ao pedido de socorro de muitas famílias que já não tem mais onde buscar ajuda”, destaca Rosane.
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