Afirmação ocorre após ocupação de leitos de UTI chegar a 128% nesta quinta-feira, 4 de março; são 58 pacientes para 45 leitos
Em entrevista coletiva, o superintendente do Hospital Tacchini, Hilton Mancio, disse nesta quinta-feira, 4 de março, que a unidade de saúde só entrará em um possível colapso, caso não haja respiradores suficientes para atender a demanda pacientes. Atualmente, dos 54 existentes, 32 estão sendo utilizados por pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com Mancio, o atendimento no local não foi comprometido, pois nem todos os pacientes que estão internados na unidade fazem uso do equipamento para auxiliar no processo respiratório, por isso, ainda há margem para que o sistema de atendimento não sofra um colapso. Nesta quinta-feira, o índice de utilização dos respiradores alcançou a marca de 71,1%, ficando só atrás de quarta-feira, 3 de março, quando esse número chegou a 73,3%. “O nosso limite de atendimento vai chegar quando não tivermos mais respiradores”, garante.
Atualmente, a ocupação na UTI do Tacchini chega a 128%. No total, são 45 leitos disponíveis (23 SUS e 22 Tacchimed), porém, com o aumento de internações, esse número chegou a 58 pacientes, 13 a mais do que a atual estrutura preconiza. Conforme Mancio, para atender a alta demanda, foi necessário criar ambientes fora das UTIs para receber os doentes que chegam diariamente, respeitando as características de cada espaço, seja ele para tratamento da covid-19 ou outra comorbidade. “Estamos conseguindo atender a uma determinada demanda de pacientes, mas fora das condições especiais para que essa situação aconteça”, revela.
Período de internação em UTI é de aproximadamente 20 dias
De acordo com o superintendente, um dos maiores problemas causados pela covid-19 é justamente o tempo de internação, que costuma ser muito maior que o de outras doenças que também causam problemas respiratórios. Segundo os levantamentos realizados pelas equipes médicas do Tacchini, a média de internação por covid-19 em um leito de UTI dura de 15 a 20 dias. Apesar disso, o superintendente garantiu que nenhum paciente ficou sem atendimento até o momento. No entanto, ele alerta para o aumento das últimas semanas. “O tempo médio de permanência de um paciente de UTI é de 20 dias. A nossa preocupação é que nesse momento estamos em uma crescente no uso da nossa estrutura. Nesse momento, não houve paciente que ficou sem atendimento”, observa.
Cirurgias eletivas são suspensas por tempo indeterminado
A realização de cirurgias eletivas também teve seu cronograma alterado. Com o aumento nos atendimentos para o coronavírus, equipes de profissionais precisaram ser remanejadas, ocasionando a interrupção do serviço, que, segundo Mancio, não tem previsão de retorno. “Elas (cirurgias eletivas) estão suspensas para que a gente consiga organizar essas pessoas para atender essa demanda”, revela.
Situação deve permanecer por mais semanas
O superintende acredita que pelas próximas semanas, a situação ainda será crítica. Ele observa ainda o alto número de pessoas que buscam atendimento nas barracas fast track, instaladas em frente ao hospital. De acordo com os dados apresentados, de 100 pessoas que procuram a estrutura, cerca de 40% delas estão confirmadas com o novo coronavírus. “De 15 a 20 dias, ainda teremos esse cenário pela frente”, acredita.