É verdade que estamos mais independentes, mais seguras e mais lindas. Vamos para a academia sem postar selfie, compramos carro, casa, moramos sozinha, fazemos carreira e somos felizes. Mas no fundo, lá no fundo algo nos diz que estamos programadas para encontrar um príncipe. Ele está à nossa espera, só temos que entender que ‘tudo a seu tempo’ e aquelas histórias modernas de que não precisamos estar casadas aos trinta.

Desde crianças, somos de certa forma mimadas e criadas para servir ao homem de nossa vida, lavar, passar, se arrumar para ele. Em contrapartida ele será um cavalheiro, terá dinheiro, tempo e carisma, além de ser moreno, alto, lindo e sensual. E esperamos que esse homem apareça para que possamos cumprir nosso papel e para sermos amadas sem limites. Sem um homem, não somos ninguém. Colocamos em nossos relacionamentos expectativas dignas de contos de fadas, e acabamos nos frustrando.

Enquanto isso descartamos todas as outras opções, investimos em relacionamentos que já começam falhos porque o nosso inconsciente está esperando aquele moço engomado no cavalo branco, mas não podemos ficar sozinhas porque precisamos nos sentir seguras, então vai ser com esse mesmo. Não damos valor aos que não nos levam comer sushi ou que não preparam uma surpresa semanal com aquele buquê de rosas caríssimo. Não percebemos o quanto ele trabalha para manter a família ou o quanto entediado ele está por não poder jogar futebol com os amigos. Fato que poucos também entendem a mulher multitarefa que somos cuidando dos filhos, da casa e do trabalho, mas isso é uma questão para divagarmos outro dia, certo?

Não dá para esquecer que não somos metade de nada, nem de laranja, nem de jaca, então não é necessário termos alguém para nos sentirmos completas. Colocar a felicidade no outro é como entregar a ele uma arma e esperar que ele não atire. Depois de entendido isso, não podemos esperar que alguém corra no aeroporto minutos antes de você ir embora com uma aliança porque a gente bem sabe que o trânsito nem permitiria isso. Contenha-se e não deixe a indústria cinematográfica te iludir (olha a louca dos filmes falando. Mas é sério).

E eu nem quero dizer que devemos nos contentar com qualquer coisa, qualquer pessoa ou qualquer atitude. Precisamos entender que algumas coisas realmente são um tanto difíceis de acontecer e que são tratadas como metáforas para boas atitudes pequenas que nós, reles mortais, muitas vezes não entendemos e não damos o devido valor.