O DIFERENTE É POSITIVO
Tenho meus Padres preferidos, aliás, desde meus tempos de guri. Um deles é o Padre Gilmar Marchesini, Vigário da Igreja Cristo Rei. Estive presente na festa do Corpo de Deus. Achei interessante o momento dos recados, da prestação de contas das ações e da programação da Paróquia que põe os fiéis a par de tudo. No sermão, invocando palavras do Cardeal Don Helder, disse o Pe. Gilmar que “o diferente não é negativo, o diferente é positivo”, simbolizando que os diferentes têm postura, têm opinião, têm exemplos, têm realizações e que eles determinam e solidificam exemplos quando este diferente é positivo. A observação agora é minha, o diferente não se resume a quem faz selfies, lives, fakes, para fins promocionais.

O diferente é aquele que conduz, com prioridade, a vida familiar, o que é uma pessoa de bons princípios, bom operário ou empresário com visão comunitária, um profissional liberal competente, justo e solidário com as causas sociais. Isso formata uma sociedade positiva. Mais adiante, ao final da procissão, disse o Pe. Gilmar que a Paróquia atende “180 famílias pobres, que foram avaliadas e cadastradas, assim como 80 idosos necessitados de assistência social”. Aí está uma informação importante, pelo menos para mim. Eu sempre tenho questionado os motoristas, os funcionários da empresa sobre o conhecimento de famílias verdadeiramente necessitadas para uma ação direta de auxílio. Agora sei, no Natal, na Páscoa, no dia da Criança, no dia do Idoso, e mesmo quando houver possibilidade, vou canalizar este auxílio através da Paróquia Cristo Rei para as famílias verdadeiramente necessitadas. E recomendo que os Clubes de Serviço, em suas ações benemerentes, se valham do cadastro que as Paróquias tenham.

No momento do ato religioso, lancei um olhar sobre as pessoas presentes e verifiquei o grande número de famílias tradicionais dos bairros Cidade Alta, São Bento e Botafogo, especialmente. É a reserva humana tradicional da cidade que sustenta inclusive o Clube Ipiranga. Na Igreja Santo Antônio somos poucos os “moicanos” tradicionais, há uma miscigenação que redunda na quase imperceptível presença de famílias tradicionais. Quando eu viajo tenho por hábito (quem não tem quando viaja?) visitar igrejas. Dentro delas costumo tocar em púlpitos, cadeiras, túmulos de Papas, Cardeais, Reis, Rainhas, sinto uma emoção muito grande e sempre vejo que sou mais um na multidão a fazer isso.

Em determinada ocasião eu estava caminhando dentro do Duomo de Milão e, de repente, estava pisando no túmulo do Cardeal Caprara (isso mesmo, de um Cardeal de sobrenome Caprara) que inclusive foi merecedor de homenagem no Pantheon, em Paris. Confesso que correram duas lágrimas, as demais eu contive para não exagerar no orgulho e emoção.

Quando entro na Matriz Santo Antônio, sinto muita falta de ver o púlpito, cenário de grandes sermões do Pe. Mascarello e do Pe. Mânica, Padres que além de conduzirem os interesses da Igreja foram determinantes para a evolução social de Bento. Me faz falta ainda ver Cristo no Altar, com Maria do seu lado direito e Santo Antônio do lado esquerdo. Modernizaram demais, na minha modesta opinião, a Matriz. Na Igreja Cristo Rei depois do incêndio que atingiu o altar, fizeram um Cristo estilizado, entalhado em madeira, ficou bonito, uma obra de arte, mas na minha modesta opinião, inadequado, não vi isso em nenhuma Igreja que tenha visitado e, não foram poucas.

Bem, quando “chegar no céu” vou falar com Deus sobre essas coisas e, para o Cardeal Caprara irá, certamente, a pergunta que não quer calar: ‘tô certo ou tô errado’? Por falar em Igrejas e religiões, vocês viram o Templo da Igreja Universal, do Bispo Macedo, lá em Salvador, na Bahia? É uma espécie de Templo Salomônico que custou milhões de dólares. Nós tínhamos aqui um mini Templo de igual beleza arquitetônica que a comunidade construiu para que o Dr. Tacchini ficasse em Bento e que depois se traduziu no “Solar dos Monâco”, ali na Saldanha Marinho. Entrar nele era uma peripécia (mais difícil que assaltar um Banco), um dia consegui, mas cheguei só até a sala de jogos, lembro da mesa de bilhar. Destruíram. Um crime contra o patrimônio histórico de Bento.

O GOVERNO BOLSONARO
Vocês lembram como tudo começou? O Presidente do PTB, Deputado Roberto Jerfferson, denunciou, através da Revista Veja, que foi corajosa, a existência do mensalão. E deu no que deu. Cansado de ver tanta corrupção, roubalheira, o povo optou por Bolsonaro, “o Salvador da Pátria”. Um maluco tentou liquidá-lo e não conseguiu. Veio a posse e as confusões começaram, os filhos do Presidente de um lado, Onyx Lorenzoni de outro, os generais também davam pitacos e o Maia, o guri prodígio, dizendo que “quem manda aqui somos nós. O exército de Bolsonaro, filhos, pai, Generais, Onyx, cachorros, gatos, pássaros, todos que se aquietem”. É o mal das redes sociais.

Onyx Lorenzoni não era a melhor opção para negociar com os Congressistas cujo lema é “vai depender, vai depender, das emendas (dinheiro para as bases dos Deputados) que eu ver”. Conheço Onyx, ele é fundamentalista, retilíneo, intransigente, deu no que deu, o Presidente deve ter dito: “Onyx, te aquieta, cai fora, deixa essas feras comigo”. O Presidente deve ter dito para os filhos: “olha aqui vocês, se atenham, nada de selfies, whats, instagram, face, foice, machado, essas coisas.

Paz e amor vamos nessa já que Lula agora é “um terror”. Pois o Eduardo acalmou-se, virou a simpatia em pessoa, veio a Bento junto com o Mourão com trajes de quem queria ir para o Gasper lá na Eulália, mas ouviu-se muito “é um amor, a simpatia em pessoa”, tá bom que o diga a Gleisy, o “Bruce Willis” e o “Gutenberg”. Já o General, o queridinho da nação, inclusive meu, vivia emendando o Presidente, tentando contemporizar, quando ele começou a ter mais simpatia e notabilidade que o Presidente, cortaram os naipes dele. O Presidente deve ter dito a ele: “olha aqui Mourão, quem fala em nome do Presidente é o Presidente, tu é bom nisso, vai vender simpatia que eu vendo austeridade”. E assim se fez. Mourão agora é o campeão, tá em tudo que é solenidade, tira fotos, tira selfie, até com porteiro de boate se for preciso.

Tem gente na ExpoBento-Fenavinho que rasgou a boca de tanto caprichar no sorriso em foto com Mourão. E assim, Bolsonaro, “o pai de todos fura bolo” começou a reinar. Negociou com o Maia, em jantar que não teve lagosta; conseguiu o silêncio e respeito da periferia; abandonou as redes sociais e passou a fazer coletivas com a imprensa (como dizem os políticos escrita, falada, televisionada e “rede socializada”), e mandou ver. Quando tudo pareceu serenizar entendeu o Presidente que tinha inimigo na fronteira. Assim, demitiu o General Cruz e o Presidente do BNDES, o Levy remanescente do PT. Bem, então vamos governar? Que nada! O Presidente visitou a mãe, chorou no lado dela, foi para a Bahia, atirou-se nos braços do povo de olho na possível vinda de uma nova “peixeira” (faca) e bradou aos ouvidos da imprensa “ô, ô, ô, o campeão (de votos) chego! (O Governador da Bahia, que está fazendo um excelente governo, é do PT).

Bem, agora sim, todo mundo quieto, organizado, o Congresso negociado, o Presidente protagonista, vem aí a governança, que nada, o Presidente declarou-se candidato a reeleição. Mas como, se o atual governo nem começou? Diante dos olhos do General Santos Cruz (o demitido) o Governo Bolsonaro “é um show de besteiras” e diante dos olhos do General Heleno “o Brasil está à beira do abismo, precisa de mudanças”. Na Igreja Cristo Rei procurei Cristo no altar para pedir luz ao Presidente e encontrei um Jesus estilizado como Bolsonaro, aí procurei nas laterais e vi quadros com Jesus carregando a cruz. Aí pensei, Deus terá guiado o meu olhar para ver o peso da cruz de Bolsonaro? Não falo mais, até porque acabou o espaço.