Qualquer brasileiro e, especificamente, o gaúcho – estou falando daqueles que acompanham os acontecimentos, notadamente aqueles que atingem a população diretamente, mexendo nos seus bolsos -, deve estar abismado pela forma com que os “mui leais e valorosos” parlamentares – que se auto-intitulam “representantes do povo” – estão conduzindo as coisas relacionadas aos salários de setores do funcionalismo público. Aqui, no falido, quebrado Rio Grande do Sul, segundo a “grande imprensa”, Sartori “foi derrotado”. Como é, cara-pálida? Sartori foi derrotado? Não, coleguinhas da imprensa, não foi Sartori, foi o povo gaúcho que foi derrotado, vilipendiado, abusado por pouco mais de três dezenas de deputados, os que derrubaram o veto do governador ao aumento salarial daqueles que são os melhores remunerados pelos cofres públicos.

Brincando e gozando da cara!
A deputaiada e senaiada que usufruem das maravilhas da “ilha da fantasia” chamada Brasília não deixam por menos. Se aqui, no Estado, o impacto dos aumentos está em torno de 200 milhões de reais, em Brasília estarão gerando 3 bilhões e 800 milhões de reais de conta a ser paga por nós, povo. Sartori atrasa o salário de professores e policiais e de todos os funcionários do poder executivo, pagando a prestações e não dando aumento nenhum, mesmo como a realização de uma demorada greve, como foi a de professores. E o legislativo concede aumento a seus próprios funcionários! Que maravilha! Enquanto isso, o Congresso Nacional concede aumento ao STF de 16,4%, provocando aumentos em cascata, inclusive para senadores e deputados, federais e estaduais, além dos vereadores com salários atrelados a eles. Se nesse momento de crise isso não é gozar com a cara do povo brasileiro, o que é, então?

Aumentar? Criar impostos?
Ah, sim, o déficit das contas públicas pode chegar a 170 bilhões em 2016. E vem o Sr. Meirelles, ministro de Temer, dizer que “poderá haver aumento de impostos”? Que gracinha! E quando eles dirão que é preciso tomar medidas para combater a sonegação dos impostos que pagamos a corruptos que os sonegam? Ontem, dia 15, o “sonegômetro” instalado em Brasília pelo Sindicato do Procuradores da Fazenda – SINPROFAZ – bateu nos 290 BILHÕES DE REAIS. E essa “tchurma” fala em aumentar e/ou criar impostos?

Podemos duvidar?
Nem pensar! Quem duvida é louco, diz a velha máxima popular. Aqui, no Estado, Sartori e seus deputados aliados deram uma paulada homérica no povo, aumentando o ICMS “a varrer”, chegando ao cúmulo de aumentar de 33,3% para 42,8% o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e telefonia. Os Técnicos Tributários da receita Estadual instalaram um “sonegômetro” em Porto Alegre para medir a sonegação do ICMS. Pois bem, até o momento a sonegação no Estado chegou a 3,8 BILHÕES de reais, devendo chegar a inacreditáveis 7 BILHÕES até o final de 2016. Sabem quanto o aumento do Sartori prevê arrecadar? Pouco mais de um bilhão. Por que, então, não pagam melhor e contratam mais fiscais de receitas estaduais? E federais? Enquanto isso, uma empresa perdeu recurso e deverá devolver aos cofres públicos quase 4 bilhões de reais. Se isso tudo acontecesse num país sério, a população estaria nas ruas protestando veementemente, com certeza. Como é no Brasil, pagamos a conta bovinamente.