Após ter ficado mais de oito anos fechada e sem manutenção, a Casa Geisel deve finalmente ser revitalizada. É o que promete o secretário de governo, Carlos Quadros.

No entanto, ele salienta que não há definição ainda sobre qual será a destinação do imóvel, que já abrigou diversas secretarias e foi residência do ex-presidente e militar Ernesto Geisel. O governo municipal também não diz se irá continuar utilizando ou espaço ou se irá devolver o imóvel à Fundação Universitária da Região dos Vinhedos (Fervi), que é proprietária do local.

Segundo Quadros, a prioridade é concluir as reformas e deixar o espaço funcional. Em 2017, em parceria com o 6º Batalhão de Comunicações (6º BCom) e Hospital Tacchini, foi concluída a primeira etapa das obras com a substituição do telhado, calhas, parte do assoalho e de toda a rede elétrica. “Já está aberto o edital de licitação para contratação dos serviços necessários para finalização das reformas, que está estimado em R$ 65 mil. Com isso concluiremos todas as obras necessárias para que a casa esteja recuperada. Nossa previsão é terminar todos os trabalhos em até 60 dias”, declara.

Diversas promessas para a revitalização do espaço foram feitas, mas nenhuma cumprida. Em 2014, a prefeitura assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público prevendo o repasse de R$ 120 mil do Fundo Municipal de Desenvolvimento Integrado do Município (FMDI/Atar) à Fundação Educacional da Região dos Vinhedos (Fervi), proprietária do local, mas isso não aconteceu.
Quadros afirma que o valor não foi repassado porque as obras já estão sendo feitas. Para o secretário, trata-se de um prédio revestido de simbolismo. “Entendemos que ela deva ser utilizada em benefício de nossa comunidade”, diz.

Exército sem intenção de utilizar o espaço

O 6º BCom havia encaminhado o projeto “Criação da Casa Histórica Presidente Geisel” ao Ministério da Defesa ainda no final de 2015, mas a crise político-econômica pela qual passa o país engessou o projeto em Brasília. O atual comandante do Batalhão, coronel Nelson Marinho de Bastos Junior, salienta que o exército apoiou a iniciativa e ajudou na reforma, mas jamais foi o protagonista nos esforços de revitalização.
À época, sob outro comando, o 6ºBCom tinha planos de utilizar cômodos da casa, transformando-os em um memorial para relembrar a história de Geisel. Porém o coronel diz que atualmente não há planos ou diálogo com a prefeitura para ocupação do espaço, tendo em vista que ele não pertence ao Batalhão.

Fervi não aceitará a devolução do espaço sem manutenção

A Fervi é proprietária do espaço, mas ele foi cedido em comodato para a prefeitura ainda em 1985. Nestor Caon, presidente da Fundação, diz que o poder público utilizou o espaço, mas nunca teve os cuidados necessário para a conservação do prédio. “O exército arrumou o telhado que chovia dento, mas agora tem vidro quebrado, já tem plantas nascendo do lado de dentro. O que está sendo cobrado, juntamente com a Promotoria Pública, é que se faça a devida manutenção para depois devolvê-la”, esclarece.

Foto: Elisa Rossi Kemmer