Espero que não.

Mas está difícil não entender que muitas das ações atuais da política econômica do governo federal não estejam nesse caminho.

Senão vejamos:

                – Nada ainda de concreto na área econômica, já que nem plano de governo para essa área foi apresentado antes das eleições ou mesmo depois delas;

                – Críticas ao banco central que só fazem com que haja mais pessimismo do que otimismo;

                – Parafraseando Dilma, disse que “ se a meta (de inflação) está errada, mudamos a meta”( para cima, no caso), o que seria muito ruim para todos mas, especialmente, para os mais pobres da população, contrariamente ao discurso da ajuda tão apregoado;

                – Arrependimentos de “fazer o L” começam a pipocar por muitos cantos do país;

                – Muito rancor e palavras revanchistas o que dificulta a promessa de governar para todos os brasileiros;

                – Palavras “de baixo calão” usadas quando se referia ao momento em que cumpria pena por corrupção em Curitiba descrevendo o que pensava em fazer com o senador Sergio Moro; além disso, no dia seguinte, fez pouca importância para a Operação Sequaz, da política federal, que prendeu 9 integrantes de facção criminosa;

                – Arcabouço fiscal que tem como premissa o AUMENTO DA ARRECADAÇÃO e não o controle dos gastos, como se houvesse certeza que a arrecadação aumentará;

                – A isenção para as pessoas que ganham até R$ 5.000,00 no imposto de renda nem mais é cogitada e foi promessa de campanha;

                – A volta da cobrança dos impostos sobre os combustíveis;

                – A taxação da exportação de produtos de petróleo, o que seria inimaginável para qualquer entendedor de políticas externas para aumento das exportações e consequente melhora nas divisas brasileiras;

                – Aumento somente de R$ 18,00 para o salário mínimo e só em maio, bem menor do que as promessas eleitorais;

                – O desmatamento na Amazônia continua acelerado, ao contrário das promessas;

                – Aumento de ministérios;

                – Programa de renegociação de dívidas para 40 milhões de brasileiros que estariam negativados segue parado no Ministério da Fazenda;

                – Redução do teto de juros do INSS, empréstimo consignado, gerou confusão com o mercado e as próprias instituições financeiras suspenderam a modalidade de empréstimo, tendo que haver novo ajuste depois para o produto voltar para o povo;

                – O ministro de Minas e Energia anunciou uma nova política de preços para a Petrobras, sendo questionado pela própria companha na sequência e causando temores a todos pela possibilidade sempre latente do governo querer controlar tudo e todos;

                – A reforma tributária está sendo comentada mas ainda pouco se sabe dela além das informações do ano passado.

Houve coisas positivas? Sim, aconteceram. Podemos citar, sem esgotar o assunto:

                – A manutenção do Bolsa Família em R$ 600,00, fato esse definido pelo presidente anterior Bolsonaro onde era chamado de Auxílio Brasil;

                – Foco importante no Minha Casa, Minha Vida retomado;

                – Reativação do fundo Amazônia;

                – Reajuste da bolsa de estudo e pesquisa em 200%, entre outras.

O governo está errando na forma e no conteúdo. Pressionar a redução das taxas de juros SEM OFERECER CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE FISCAL E MONETÁRIA só causa maiores problemas para o país.

Além de não apresentar novidades e se basear somente em ações do passado, na reedição de programas, o governo não está conseguindo dar credibilidade à população e aos agentes econômicos que definem preços.

Sabemos que a inflação é um dos maiores males para as populações, mas parece que não avisaram que inflação também se combate com credibilidade e confiança.

E os números da inflação não estão baixando como deveriam para que se possa baixar a taxa de juros. Olhar 12 meses da inflação está errado pois, nesses últimos 12 meses, houve deflação nos meses do ano passado anteriores às eleições pela desoneração dos combustíveis. Se considerarmos os próximos 9 meses considerando a inflação de jan-março que foi de 2,01% (IPCA), se mantido por 12 meses, gerará mais de 8% de inflação. Muito maiores que a meta.

Continuemos torcendo que se acerte mas, por enquanto, está difícil encontrar medidas estruturantes que gerem estabilidade e crescimento robustos e constantes.

Difícil quebrar um país. Quase impossível. Mas temos que ficar de olho, sempre.

Pense nisso e sucesso.