Já se sabe há tempos que a política e os políticos, no Brasil, atingem níveis de importância além de muitas outras economias pois nossa cultura sempre forjou os alicerces para que uma certa dependência da esfera governamental sempre fosse maior do que a necessária.

O mundo viveu 3 grandes conceitos econômicos desde Adam Smith ( pai do liberalismo, 1776 ), passando pelo seu contraponto total Karl Marx (socialismo, em torno de 1880 tendo ápice na década de 1915-20 na União Soviética) e, na década de 1943 onde John Maynard Keynes (pai da macroeconomia atual). O primeiro, o liberalismo prega que o mercado se ajusta sozinho e que o governo não deveria interferir na economia; o segundo, contrariamente, a de que o estado (os países ) deveriam regular absolutamente tudo pois os meios de produção e distribuição de riqueza teriam que ser controlados pelos governos; o terceiro, depois da grande depressão dos anos 1929, que o governo deveria interferir na economia somente quando essa estivesse em crise.

Bem, isso serve de base para entender um pouco o que se fala de direita e esquerda na política. Direita seria mais LIBERAL e a esquerda mais SOCIALISTA. Deixar o mercado se regular seriam políticas mais à direita e ter mais estatais, distribuir cargos públicos e bolsas de renda seriam mais políticas de esquerda.

Junto isso a nossas questões culturais onde governos sempre procuraram interferir ao máximo na nossa economia, pode-se entender o porquê a política em si sempre teve papel fundamental nos nossos destinos, quer econômica, quer socialmente.

Nossa estrutura de poder nas esferas governamentais com 3 bases no poder executivo, legislativo e judiciário moldam o funcionamento político do país, estados e municípios. No Brasil e nos países que adotam esse sistema, o executivo sempre possui uma ação maior na economia em termos gerais pois é ali que de desenvolvem os planos econômicos gerais, as estratégias para o futuro de toda uma sociedade.

Creio que está faltando para nosso Brasil um plano estratégico para onde queremos ou deveríamos ir. Parece-me que, não somente de agora, na esfera política federal, faltam planos gerais para nosso futuro que respondam para onde devemos ir. Cada governo de plantão estabelece sua visão de curto prazo pensando mais nas próximas eleições do que o que vai acontecer com todos daqui a 20-30 anos.

Além disso, deixar todo esse futuro na mão de uma única pessoa é muito ariscado, quase que uma desgraça na certa. Por melhor que seja qualquer pessoa, por mais brilhante que seja, não se pode colocar na mão de um único cidadão essa definição, muito menos o poder de definir os destinos de todos.

Isso é o que parece estar acontecendo agora na esfera federal. Nosso presidente define tudo e quase ninguém contesta ou analisa sem paixões exacerbadas nossos destinos. Somos quase que guiados por uma grande mídia que há muito deixou de ser isenta.

E quando começam as desaprovações, todos saem correndo para encontrar e ver o que aconteceu.

Essa pesquisa publicada início de março/24 da Quaest, corroborada 1 dia depois pela da AtlasIntel e 2 dias depois pela do IPEC, mostram que há incertezas no horizonte, fatos que já comentamos nesse espaço desde ano passado.

Uma coisa penso certa: nosso país precisa de governantes que sejam estratégicos e que não coloquem ideologias políticas à frente das reais necessidades do Brasil como um todo.

Deixar tudo para uma única pessoa definir é um risco muito grande para qualquer empresa; imagine para um país.

Pense nisso e sucesso.