Ibravin espera que qualidade dos vinhos tintos seja comparada aos de 1999, 2005 e 2009, com potencial para guarda

Em diálogo com o setor vitivinícola, o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) avalia que a safra da uva de 2018 deve ser excepcional, lembrada por vários anos. O órgão ainda compara a qualidade da colheita atual com as de 2009, 2005 e 1999, que são consideradas como as melhores em 20 anos.
Na avaliação do setor, é necessário que a qualidade reflita em um aumento de consumo de vinhos, para não ter problemas de excesso de estoques em um futuro próximo. De acordo com o Ibravin, a excepcionalidade deve refletir sobretudo nos vinhos tintos, além de facilitar a elaboração de vinhos de guarda, que exigem uma uva com grau elevado.
Segundo o presidente do Ibravin, Oscar Ló, o volume da produção ficará em torno de 600 milhões de quilos, o que representa uma queda com relação à safra anterior. Ele afirma ainda que o volume responde à média histórica das safras anteriores. “A quantidade foi muito superior no ano passado, também porque viemos de uma quebra de 60%, em 2016”, avalia.

Preço inferior

Embora a qualidade tenha sido superior, alguns produtores afirmam que o preço ficou inferior ao de 2017. Segundo Ló, a uva foi valorizada no último ano em função dos estoques baixos decorrentes da quebra de 2016. “Teve uma valorização acima do que foi estabelecido no preço mínimo. Neste ano, os estoques estão regularizados, então o setor pratica preços mais próximos do mínimo”, explica.
Além disso, o presidente frisa que o setor precisa valorizar a qualidade, com o objetivo de resultar em produtos que serão mais bem recebidos no mercado. “Esperamos que ter bons resultados com a qualidade dessa safra”, prevê. Ló informa ainda que não foram registrados problemas de colocação, ou seja, os produtores conseguiram colocar toda a produção nas empresas.

Ideal para vinhos de guarda

Normalmente, 90% dos vinhos devem ser consumidos em até cinco anos após o engarrafamento. Apenas os vinhos de guarda, o que representa 10% do total produzido no mundo, tem potencial para serem bebidos após esse período.
De acordo com Ló, a safra deve ser referência para a elaboração desse tipo de vinho, uma vez que a maturação das uvas está elevada. “Isso também acaba refletindo nos brancos e no suco de uva”, prevê.

Safra na reta final

A maioria das vinícolas deve receber uva até o final desta semana. Segundo Ló, ainda deve restar, no próximo mês, algumas uvas especiais, que serão destinadas para bebidas específicas. “Pode ficar, por exemplo, um cabernet sauvignon para fazer um vinho diferenciado. Se não, acredito que nessa semana deve terminar”, avalia. Ele salienta que a imagem positiva da safra precisa chegar ao consumidor. “O setor vem há dois anos em números estáveis”, aponta.

Em algumas áreas, produção foi maior

Na produção da família Todeschini, na linha 20 da Graciema, algumas videiras ficaram mais carregadas do que no ano passado. De acordo com os agricultores, se as demais parreiras viessem com a mesma quantidade de uva, a safra seria maior se comparado a 2017.
Para Jefferson Todeschini, de 26 anos, que ajuda o pai a cultivar cerca de 180 mil quilos, o resultado neste ano é razoável, uma vez que a produção foi menor, mas, a qualidade, superior. “Não tem como reclamar do grau. No caso da produção de suco, não precisa ferver muito a uva para evaporar a água, isso facilita e melhora a qualidade do produto”, avalia. Embora o resultado seja positivo, Todeschini aponta que o preço baixou, sobretudo no que se refere a algumas variedades. “Nós conseguimos o mesmo preço de 2017 na Isabel, mas nas tintórias nós ganhamos menos”, observa o agricultor. A entrega da sua produção deve ser encerrada nesta quarta-feira, 28.

 

Safra se encaminha para o fim

Na produção da família Todeschini, na linha 20 da Graciema, algumas videiras ficaram mais carregadas do que no ano passado. De acordo com os agricultores, se as demais parreiras viessem com a mesma quantidade de uva, a safra seria maior se comparado a 2017.
Para Jefferson Todeschini, de 26 anos, que ajuda o pai a cultivar cerca de 180 mil quilos, o resultado neste ano é razoável, uma vez que a produção foi menor, mas, a qualidade, superior. “Não tem como reclamar do grau. No caso da produção de suco, não precisa ferver muito a uva para evaporar a água, isso facilita e melhora a qualidade do produto”, avalia. Embora o resultado seja positivo, Todeschini aponta que o preço baixou, sobretudo no que se refere a algumas variedades. “Nós conseguimos o mesmo preço de 2017 na Isabel, mas nas tintórias nós ganhamos menos”, observa o agricultor. A entrega da sua produção deve ser encerrada nesta quarta-feira, 28.