Após sete anos desativada, atividade voltará a ser reativada

“O resgate do tempo perdido, mas sem pensar no passado, vislumbrando um futuro moderno e promissor”. Dessa forma, o Secretário Municipal de Cultura (SECULT), Evandro Vinicius Manes Soares, define o ressurgimento da Banda Marcial em Bento Gonçalves, desativada desde 2015.

A pasta sempre teve a intenção de realizar a reativação, entretanto, algumas situações dificultaram e atrasaram. “Fizemos algumas tentativas de licitação para contratar maestro, mas sem sucesso. A pandemia atrasou um pouco, também. Estamos felizes de poder retomar essa atividade, com a qual a comunidade sempre teve muita identificação e carinho”, comemora Soares.

Quem está à frente, comandando e organizando esse novo recomeço, é Alison Seben, 38 anos. O músico, que iniciou na vida artística aos 14, tem uma vasta trajetória profissional nesse ramo. Na Banda, vai desempenhar o papel de regente, ou seja, a figura máxima.

Alison vai ser o regente da Banda Marcial

Com um olhar experiente, Seben avalia a importância de o município ter, novamente, uma Banda Marcial. “Tenho um maestro que rege a orquestra sinfônica de Gramado e ele sempre diz que podemos medir a qualidade de vida, intelectual e cultural de uma cidade, a partir da sua orquestra. É um grupo difícil de manter, por ser grande. O nível de qualificação geralmente é maior. Incluo as bandas marciais, de marcha no geral, porque têm um processo formativo de público e músicos muito importante”, destaca.

Preparação para uma banda moderna

Diferente das formações antigas, a que está por vir terá uma característica diferente, mais moderna, com o cunho de “Banda Show”, portanto, diferente das marciais, em que o repertório é composto por marchas e dobradas. “Principalmente no final do século XX, começou a mudar esse conceito e não toca mais só música militar. A música popular começou a ser acrescentada e adaptada para esse tipo de arranjo, porque a instrumentação é muito grande e boa”, explica.

A banda não está sendo montada com o intuito de estar presente apenas no Desfile Cívico Militar, mas em todos os eventos possíveis. “Essa cultura de preparação de um ano todo para tocar no dia 7 de setembro e a banda acabar, tem que dar uma virada. É importante participar desse ato, claro, porque essa é a origem natural das bandas marciais, mas precisamos buscar outros momentos em que os jovens possam se apresentar em público, porque é um trabalho bem exaustivo, de longa preparação”, aponta.

Futuros ensaios

Os ensaios vão ocorrer na Fundação Casa das Artes, nas sextas-feiras e aos sábados. “Na sexta vamos trabalhar a parte teórica, leitura musical, técnica dos instrumentos, dando base para que possam tocar. No sábado, a ideia é que tenha um pouco mais de movimentação, será pedagógico também, mas já pensando em grupo”, explica.

Quero participar da Banda. Posso?

A composição da nova Banda Marcial não exige experiência nenhuma. Além disso, não há limite máximo de idade, mas é necessário ter pelo menos 12 anos. Não haverá processo seletivo, por isso, quem tem desejo de participar deve encaminhar um e-mail para [email protected] manifestando interesse. O músico pede que o contato seja feito o quanto antes, já que a ideia é começar o trabalho ainda em maio.

Conheça um pouco do histórico

A Banda Marcial Municipal de Bento Gonçalves foi criada em 1976, pelo então prefeito Darcy Pozza. Naquele período, foi regida pelo Maestro Alves Rossato, Capitão Cândido Joaquim Leite, Cleimar Pieta e Antônio César Ferreira Vieira.


Após realizar diversas apresentações em eventos municipais e estaduais, foi desativada em 1988. Retornou as atividades em 2000, tendo a primeira apresentação no dia 7 de setembro do mesmo ano.
A assessoria de comunicação da prefeitura não tem informação de quando a banda parou novamente. Entretanto, retornou em 2013 e em 2015 encerrou as atividades mais uma vez, retornando neste ano.