Nutricionista alerta que ingestão frequente de biscoitos, guloseimas, cereais açucarados, entre outras opções disponíveis para consumo podem causar obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol alto
Quanto mais o tempo passa, mais os alimentos se transformam e alguns se tornam piores para a saúde. Essa afirmação se comprova a partir de pesquisa divulgada pelo governo federal, que aponta que a proporção de obesos na população com 20 anos ou mais de idade, aumentou mais que o dobro no país entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%. No mesmo período, a obesidade feminina subiu de 14,5% para 30,2%, enquanto a masculina passou de 9,6% para 22,8%.
Cada vez mais a troca dos alimentos naturais e saudáveis é realizada por ultraprocessados, como biscoitos, guloseimas, cereais açucarados, bolos e misturas para bolo, barras de cereal, sopas, macarrão e temperos instantâneos, entre diversas outras opções disponíveis para consumo. Essas são, normalmente escolhas ‘mais práticas’ para o dia a dia, mas não favorecem em nada a saúde.
O que são alimentos ultraprocessados?
De acordo com a nutricionista Bruna Tomasi, alimentos ultraprocessados são formulações industriais que envolvem diversas etapas e técnicas de processamento e muitos ingredientes. “Incluindo sal, açúcar, óleos e gorduras ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão, corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos”, menciona.
Para Bruna, ter esses ingredientes no cotidiano alimentar pode causar efeitos negativos no corpo humano a curto, médio e longo prazo. “Está fortemente associado às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs). São elas obesidade, diabetes, hipertensão, dislipidemias como o colesterol alto. Além de contribuir para aumentar o risco de deficiências nutricionais. Também tendem a ser muito pobres em fibras, que são essenciais para a prevenção de doenças do coração e vários tipos de câncer”, explica.
Ademais, a nutricionista explica que há muitas razões para evitar o consumo desses alimentos. “Além da composição nutricional dos produtos, a elevada quantidade de calorias por grama, comum à maioria dos ultraprocessados, é um dos principais mecanismos que desregulam o balanço de energia e aumentam o risco de obesidade”, esclarece.
Conforme a profissional, é importante saber identificar esse tipo de produto. “Uma forma prática de distinguir alimentos ultraprocessados dos processados é consultar a lista de ingredientes. Quando tiver número elevado, frequentemente cinco ou mais e, sobretudo, a presença de ingredientes com nomes pouco familiares e não usados em preparações culinárias”, salienta.
Ainda segundo Bruna, não há como um alimento com essa classificação ser saudável. “Os ingredientes principais fazem com que, com frequência, eles sejam ricos em gorduras ou açúcares. É comum que apresentem alto teor de sódio, necessárias para estender a duração dos produtos e intensificar o sabor, ou mesmo para encobrir sabores indesejáveis oriundos de aditivos ou de substâncias geradas pelas técnicas envolvidas no ultraprocessamento”, exemplifica.
Quais são os alimentos ultraprocessados?
Bebidas adoçadas com açúcar ou adoçantes artificiais, pós para refrescos, embutidos e outros produtos derivados de carne e gordura animal, congelados prontos para aquecer, desidratados, vários tipos de salgadinhos ‘de pacote’, barras de cereal, bebidas energéticas, entre muitos outros, são alguns de ultraprocessados, segundo a nutricionista.