O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira, 9 de julho, que o Brasil será incluído na nova rodada de países que receberão notificação sobre o aumento de tarifas sobre importações. Segundo o republicano, a medida será formalizada entre hoje e amanhã por meio do envio de cartas a líderes globais.
“O Brasil não tem sido bom conosco”, afirmou Trump, ao justificar a inclusão do país na nova leva de comunicados tarifários. Ele também mencionou “fatos muito, muito substanciais” e um “histórico anterior” como base para a decisão. As novas tarifas devem variar entre 25% e 40%, com início de aplicação previsto para 1º de agosto.
Nesta segunda etapa, sete países já foram notificados: Argélia, Brunei, Filipinas, Iraque, Líbia, Moldávia e Sri Lanka. Na segunda-feira (7), Trump havia enviado cartas a outras 14 nações, e a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou que mais países seriam notificados nos dias seguintes.
Trump tem defendido a aplicação das tarifas como uma forma de corrigir o que considera desequilíbrios na balança comercial dos Estados Unidos. No entanto, dados do Ministério do Desenvolvimento brasileiro mostram que, desde 2009, o Brasil acumula sucessivos déficits comerciais com os EUA, totalizando US$ 88,61 bilhões (aproximadamente R$ 484 bilhões na cotação atual). Ou seja, as exportações americanas para o Brasil têm superado as importações por 16 anos.
Analistas avaliam que, apesar da retórica econômica, as tarifas propostas por Trump têm também um claro viés geopolítico, funcionando como instrumento de pressão e barganha nas relações internacionais. Ainda nesta semana, ele ameaçou aplicar uma tarifa geral de 10% sobre os países do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.