Proprietários de aplicativos de transporte da cidade reuniram-se com a Segimu no início do mês com o intuito de debater sobre o transporte clandestino de passageiros no município

No início do mês, os proprietários de aplicativos de passageiros de Bento Gonçalves, além um representante dos taxistas, reuniram-se com a Secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana (Segimu), a fim de discutirem sobre a importância da fiscalização no transporte de passageiros no município. A reivindicação durante o encontro foi a de coibir o número de motoristas que atuam de forma clandestina no transporte de passageiros, que trabalham de maneira irregular por não serem vinculados a apps ou a táxis.

Segundo o empresário William Zimieski, é considerado irregular o que trabalha fora dos aplicativos. “É aquele que fez uma corrida para você, te deu um cartãozinho e ao invés de você chamar pela plataforma você chama pelo contato que ele deu. Nossos motoristas passam por um cadastro, tem a verificação do carro, então eles estão aptos a trabalhar nas plataformas. Hoje essa pessoa que chama o clandestino não sabe quem está dirigindo o veículo”, pondera.

Uma das preocupações dos proprietários de apps da cidade é, principalmente, quanto a segurança dos usuários. “O clandestino tomou força mais na pandemia. Nesse período teve muita gente que acabou sendo demitida de seus empregos, foi buscar outra renda e começou a trabalhar dentro de plataformas. Com o passar do tempo, por A ou mais B, descobriram que o clandestino era mais rentável, pois ele não paga aquela taxa para trabalhar dentro do aplicativo. Porém, hoje o que se vê são carros totalmente irregulares, além de uma série de fatores que acaba prejudicando a todos, não somente nós como plataforma, mas também como os usuários que desconhecem o motorista que está atrás da direção”, salienta o empreendedor Henrique Martins.

Conforme o proprietário de uma das empresas, Fagner Rodrigues Guterres, a ideia partiu da união das empresas de transporte por aplicativo da cidade. “A gente tomou a iniciativa de partir a cobrança da prefeitura para a fiscalização ao transporte clandestino que hoje está muito disseminado na cidade de uma forma muito descontrolada. Então, a partir desses CNPJs, a gente começou a tomar a iniciativa de mobilizar e cobrar da prefeitura a fiscalização, pois já existem leis municipais e federais. Num primeiro momento a gente fez o pedido, debateu alguns pontos de como fiscalizar e estamos aguardando”, enfatiza.

Reivindicação

A exigência, segundo Guterres, é uma força tarefa e que não seja feita em somente um dia, mas algo contínuo. “Um trabalho que envolva várias secretarias, pois o transporte legalizado em carro particular somente existem dois hoje que é o táxi e o aplicativo”, frisa.

Outro detalhe é que o motorista irregular sofrerá penalidades, conforme as leis federais e municipais. “O alerta aos motoristas é que o transporte clandestino de passageiros é considerado penalidade de multa gravíssima e poderá ocorrer a apreensão de veículo”, ressalta o proprietário de app, Airton Deon.

A questão econômica também é algo que foi debatido. Entretanto, a segurança dos passageiros é primordial. “Nós, como empresa, estamos sendo afetadas pelo CNPJ que pagamos. Além disso, querendo ou não o próprio poder público também é afetado, pois acaba não arrecadando os impostos. Fica um alerta também para a população, para que priorize a sua segurança”, complementa Deon.

Algumas soluções para as fiscalizações foram debatidas entre os integrantes da reunião. Após o encontro, conforme informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura, a Secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana está montando um plano de trabalho para realização de ações de fiscalização, que devem iniciar nas próximas semanas.