Tenente do Corpo de Bombeiros de Bento ressalta que esse tipo de acidente na água é a segunda causa de óbito de pessoas de um a quatro anos. Apenas no domingo, duas crianças morreram em piscinas residenciais no estado

No verão, as alternativas para refrescar são ir à piscina ou para a praia. Para as crianças, os locais de lazer significam diversão, mas os responsáveis devem estar atentos para evitar afogamentos.

O Tenente Édson Roberto Germiniani Moraes, do Corpo de Bombeiros Militar de Bento Gonçalves, afirma que no Brasil, 29% das mortes na faixa etária de um a nove anos ocorrem em piscinas de residências. “O afogamento é a segunda causa de óbito de um a quatro anos, a terceira de cinco a 14 e a quarta de 15 a 24. No país, a cada três dias uma criança morre afogada em casa e 44% dos afogamentos ocorrem entre novembro e fevereiro”, destaca.

Germiniani pontua que os pais devem estar 100% do tempo supervisionando os pequenos nos banhos. “Quando fizer uso do filtro da piscina, deve se evitar de entrar na água. Sempre dificultar o acesso de crianças, usar grades, portões, e procurar ter sempre à mão uma boia para ajudar nos resgates”, recomenda.

Mesmo com os filhos um pouco mais velhos, deve-se tomar cuidado com os perigos de afogamento. “No que tange às crianças, a recomendação é sempre estar com elas a um braço de distância. A gente não recomenda que pessoas até 14 anos tomem banho sozinhas em piscinas, rios, lagos, praias, e mesmo que elas saibam nadar, elas não têm a real noção do perigo ainda. O índice de mortes em adolescentes por afogamento também é alto”, ressalta.

Na praia, alguns cuidados também devem ser tomados, já que a força do mar pode ser imprevisível para os seres humanos. “Deve-se sempre tomar banho na frente das guaritas, respeitar as bandeiras. Não fazer uso de bebidas alcoólicas antes de entrar no mar, evitar os riscos”, aconselha.

Casos no estado

No último domingo, 16, uma criança de três anos morreu após se afogar na piscina da casa em que vivia com os pais em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O afogamento aconteceu por volta das 11h do sábado. O menino ficou internado em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e não resistiu.

Além deste caso, um outro menino de dois anos e três meses morreu afogado também na manhã de domingo, em Arroio do Sal, no Litoral Norte. Apesar de ter sido levada ao posto de saúde, a criança não resistiu.

A família é de Caxias do Sul e passava o verão no litoral. De acordo com relato, por volta das 8h estavam na residência os pais, a criança e o irmão, que ainda é de colo. A mãe foi acudir o bebê, que começou a chorar, e ao retornar, o menino estava dentro da água. Ele já tinha ingerido muita água quando foi retirado do local.

Afogamento é evitável, segundo a Sobrasa

  • Em piscinas, nada substitui a supervisão de um adulto responsável;
  • Mantenha 100% de atenção em crianças perto ou dentro da água, pois 89% dos afogamentos ocorrem por falta de monitoramento, principalmente na hora do almoço ou logo após;
  • Contrate um guarda-vidas de piscina se for fazer uma festa em casa;
  • Isole a piscina, impedindo o acesso com muro ou grades na altura de 1,50m e 12cm nas verticais com um portão de autofechamento. Elas reduzem o afogamento em 50 a 70%. Lonas e cercas vivas não são confiáveis;
  • Ensine flutuação a partir dos seis meses, aquacidade (brincar na água) entre 1 e 2 anos e natação a partir de 4. Nunca deixe seu filho sozinho na piscina, ainda que saiba nadar;
  • Não superestime a capacidade de nadar de seu filho, tenha cuidado;
  • Caso necessite afastar-se da piscina, leve sempre sua criança consigo. Use telefone sem fio;
  • Incentive o uso de coletes salva-vidas para crianças menores de 5 anos ou pessoas sem conhecimento de natação e não permita o uso de objetos de flutuação por parte dos usuários, como boias de braço, pranchas, pneus, bolas e outros;
  • Evite brinquedos próximos à piscina, isto atrai as crianças;
  • Desligue o filtro em caso de uso da piscina;
  • Não permita mergulhos de cabeça em locais de profundidade menor 1,8 metro – coloque aviso;
  • Não pratique hiperventilação para aumentar o fôlego sem supervisão confiável;
  • Evite ingerir bebidas alcoólicas e alimentos pesados antes do banho de piscina;
  • Saia imediatamente da piscina se houver relâmpagos;
  • Não permita brincadeiras violentas que aumentem o risco de trauma craniano e perda súbita da consciência;
  • Proíba o uso de vasilhames de vidro, materiais rígidos ou similares na área de piscina;
  • Mais de 40% dos proprietários de piscinas não sabem realizar os primeiros socorros – Aprenda o que fazer neste tipo de situação;
  • Evite o choque térmico. Antes de entrar na água, molhe a face e a nuca.

Dentro de casa

  • Feche qualquer porta de acesso ao local com água (banheira, privada, baldes, bueiros, cisternas e outros);
  • Não deixe seu filho sozinho no banho de banheira. Leve-o consigo se tiver que atender a campainha, telefone, ou pegar um sabonete ou toalha.