Em alguns casos, principalmente no final de semana, veículos precisaram esperar cerca de cinco horas no local para realizar o trajeto

A demora em realizar a travessia de veículos entre os municípios de Santa Tereza e São Valentim do Sul por meio da balsa instalada no local, em decorrência da queda da ponte sobre a ERS-431, ocorrida na enchente de setembro do ano passado, vem gerando revolta dos usuários que precisam utilizar o trecho. Somente no final de semana, o tempo de espera para cruzar o pequeno trecho levou entre duas a cinco horas. A situação piora, principalmente aos sábados e domingos, onde o fluxo de veículos aumenta.

Nas redes sociais e grupos de WhatsApp, a reclamação é quase unânime. Sem previsão de início das obras de construção da nova ponte, motoristas precisam enfrentar uma peregrinação para realizar a travessia. A reportagem do Semanário esteve no local na sexta-feira à noite, 16, para utilizar o serviço. Nossa equipe chegou pela ERS-431, por volta das 18h15min, subindo no equipamento somente às 20h16min.

A travessia é rápida. Menos de cinco minutos. O que torna demorado o processo é a espera, já que a estrutura da balsa não comporta muitos carros e a demanda no trecho é muito maior do que se esperava. Somente no domingo, mais de 1,5 mil veículos utilizaram a balsa para realizar a travessia. Em decorrência disso, usuários já questionam a efetividade do transporte e cobram, urgentemente, medidas para iniciar a construção da ponte.

Das dezenas de reclamações, a maior parte delas afirma que ainda segue sendo vantajosa utilização de outros trechos para realizar os trajetos desejados. “A balsa é uma vergonha e humilhação, nunca mais pego esse trajeto, prefiro dar a volta. Tenho dó de quem não tem outra escolha, é um retrocesso para o nosso Estado”, afirma. “Quinta feira de manhã, às 7h, tivemos que esperas duas horas para subir. No domingo, 18, quatro horas de espera para quem optou ficar na fila. Precisamos da ponte”, pontua outro usuário.

Sem funcionar durante 24 horas, como foi anunciado no início dos serviços, a balsa segue trabalhando das 6h às 20h. No entanto, durante à noite, para realizar a travessia de todos os veículos, o serviços é prorrogado. Um segundo rebocador chegou ao local ainda na semana passada. No entanto, a estrutura segue parada no asfalto, próximo do que restou da antiga ponte. Ainda não há detalhes sobre quando o equipamento será colocado nas águas e como vai funcionar.

Na quinta-feira, 22 de fevereiro, prefeitos e lideranças da região vão estar em Porto Alegre participando de uma reunião com o governador Eduardo Leite. O grupo espera uma resposta sobre o andamento do projeto de construção de uma nova ponte ainda este ano. Por estarem desacreditados de uma possível solução, lideranças já iniciaram um movimento para a busca de recursos privados, como foi feito em Nova Roma do Sul.

Em caso negativo de uma solução, há previsão de uma manifestação pacífica na quinta-feira, 24, junto ao local.