Sabe, é difícil responder aos comentários de parabéns no Facebook. Eu não tenho um vocabulário tão rico assim. Mas não é a falta de palavras que me assusta, e sim, o tamanho do meu amor pelas pessoas. Eu vejo cada palavra sincera dedicada a mim, e cada pessoa é tão especial que vai parecer hipocrisia da minha parte, mas não é! Cada um tem uma história diferente comigo e tem lugar para todos. E, concluindo, chega um momento que eu não sei mais o que escrever, porque realmente aquela pessoa é especial e eu amo ela! Eu não preciso escolher entre um e outro. E com essa reflexão, pergunto: porque acham que é preciso selecionar um grupo e se afastar tanto de outros amigos?
Eu posso ter menos de mil amigos e umas 80 mensagens de parabéns. Mas eu sei que cada uma delas veio de coração, veio de alguém que me conhece, que gosta de mim, que tirou um tempo do seu dia para me desejar coisas boas. São 80 mensagens com várias linhas falando lindezas! Gente que almoçou comigo, que passou o sábado, que veio lá em casa jantar. Então, para que servem os números?

A gente vai ficando careta sim. Cai na real também. Quer continuar aproveitando a vida sim. Mas fica com medo das consequências também.
E aí, como faz?

Já estava escrevendo sobre outras coisas legais e estranhas que aprendi por aí, mas algo me chamou a atenção. Esses dias descobri pelo Facebook que uma amiga das antigas está com câncer de mama. Ela tem a mesma idade que eu. Fiquei em choque, mas me mantive forte, não quis chamá-la porque todos devem ter feito isso, mas estou orando por ela. Mas semana passada vi uma foto dela com o temido lenço na cabeça. Aquilo rasgou meu coração, e chorei como há muito não chorava. Chorava e escrevia essa crônica, pensando em um milhão de coisas.
Por quanto tempo eu não pensei na minha saúde? Por quanto tempo fui tão idiota em deixar meus sentimentos de lado pelo que os outros iriam pensar? A vida nunca foi tão sensível nesse momento. Me senti vulnerável como uma folha de papel na chuva. Senti que sou tudo e nada. Foi doloroso de tão real.
Eu que tenho as consultas médicas contadas nos dedos, que sempre me automediquei, que bebi demais de vez em quando, que comi demais de vez em quando. Que não me exercitava, que nutri sentimentos pesados.

Há quase duas semanas um raio queimou algumas coisas lá em casa. Eu que nem acreditava em raio. Nem em bicho papão, estuprador ou ladrão. Eu que não tinha medo de andar na rua sozinha, de noite, sei lá. Eu que sempre fui metida e vacilei muitas vezes com a minha segurança, minha saúde, meu bem-estar.
Pois hoje digo, estou com medo! Medo de ler as notícias, medo da incerteza do amanhã. Mas estou aprendendo a viver de um jeito diferente. Talvez não seja uma regra, não tenha uma receita e nem seja recomendado. Mas é o meu jeito.

E aquela que me chamava de “minha morena”, agora está passando por um perrengue. Vai dar tudo certo, sua linda.