Em menos de 10 dias, a Comissão Intra Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Tacchini realizou duas primeiras captações de múltiplos órgãos de 2023. A primeira doação ocorreu no dia 27 de janeiro, enquanto a segunda foi efetuada na última segunda-feira, dia 6 de fevereiro.
Cada um dos procedimentos permitiu a doação de dois rins, fígado e duas córneas a pacientes compatíveis cadastrados por ordem de prioridade na Central de Transplantes do Estado. O primeiro doador foi um homem de 33 anos, que teve morte encefálica decretada após sofrer um acidente de trabalho. A segunda captação foi realizada a partir da morte encefálica de uma mulher de 59 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) Hemorrágico.
Ambos os procedimentos foram realizados a partir de uma parceria entre profissionais do hospital bento-gonçalvense e equipes de médicos cirurgiões e enfermeiros do Hospital das Clínicas e da Santa Casa de Misericórdia, ambos de Porto Alegre. Após cada uma das captações, as equipes multiprofissionais retornaram para a capital para realizar os transplantes.
Todos os dez órgãos doados foram transplantados com sucesso.
As etapas da doação
O primeiro passo para viabilizar qualquer doação é a confirmação de morte encefálica do paciente. Ela é realizada por meio de dois exames clínicos e um exame de imagem, efetuado em intervalos de tempo diferentes. Após isso, é preciso buscar a aprovação da família para o procedimento.
“A decisão pela doação é realizada em um momento de muita dor para os familiares. Ao mesmo tempo, o encerramento de uma vida pode significar um recomeço para várias outras. Enxergar ali uma oportunidade de aumentar ainda mais o legado de bondade e amor de um ente querido pode trazer um pouco de conforto nessas horas”, descreve a enfermeira responsável pelo CIHDOTT do Hospital Tacchini, Ana Turmina.
A permissão dos familiares dá início a uma corrida contra o tempo para encontrar doadores compatíveis a partir da Central de Transplantes do Estado. A partir dessas definições é que inicia a mobilização dos profissionais de saúde que vão realizar a captação.
Doações em 2022
Após 2020 e 2021 apresentarem números de órgãos captados abaixo da média histórica, sobretudo em função das restrições causadas pela pandemia de covid-19, o último ano apontou um cenário de retomada, oferecendo esperança aos pacientes que seguem na fila da Central de Transplantes do Estado.
Durante todo 2022, foram captados 63 órgãos. O número é 75% maior do que em 2021, que encerrou com 36 captações. O crescimento é ainda maior se comparado a 2020, quando foram realizadas apenas 12 captações.
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