Aproximadamente 12 famílias vivem na Linha Pradel, onde os moradores pedem asfaltamento das vias, que julgam estar em más condições. Falta de manutenção na limpeza de bueiros e de transporte público também são queixas
Cerca de 12 famílias residem na pequena Linha Pradel, comunidade localizada no interior de Bento Gonçalves. Entre elas, a de Amélia Conci Comparin, que dos 72 anos de vida, 50 foram vividos lá. Ainda jovem, ao se casar, mudou-se para o local de onde nunca mais saiu. Como antiga moradora e conhecedora da região, ela aponta melhorias que gostaria de ver, entre elas, a que julga prioritária é a situação das estradas, ainda de chão batido.
Segundo relatos, por não ter asfalto, há grande quantidade de poeira no verão e formação de barro em períodos chuvosos, inclusive na entrada das residências, tornando difícil o acesso e deslocamento dos próprios moradores. Amélia aponta como enxerga a rua onde mora. “Está bem feia, tem bastante pedras. Incomoda, porque tem muito barro na frente de casa e da igreja também”, resume.
Amélia afirma que a pavimentação é uma necessidade e assegura que, inclusive, foi promessa do poder público municipal há muitos anos. “A prefeitura prometeu, era para termos asfalto até a frente da nossa igreja. Faz anos. Fizemos até reunião no salão da comunidade”, lembra.
Embora seja um desejo, a moradora acredita ser difícil o asfalto tornar-se realidade, já que depende de muitas pessoas. “Já era para ter sido feito, mas na época, um vizinho teria que ceder um pedaço de terra para que uma curva ficasse reta, mas como não aceitaram, ficou assim. A gente entende, porque o terreno é deles, então não podemos fazer nada”, explica.
O agricultor Gilberto Comparin, 53 anos, mora na Linha Pradel desde que nasceu. Assim como os vizinhos, não está muito satisfeito com o estado das ruas. “Elas estão 50%. Sempre com barro, com bastante sujeira e poeira, principalmente no verão”, aponta.
Comparin salienta que também deseja de ver a rua onde cresceu e firmou raízes, ganhando asfalto e acrescenta que o trecho que precisa ser pavimentado não é extenso. “Gostaria que asfaltassem, porque ficaria melhor para todos nós que moramos aqui. É pouca estrada para fazer, daria uns 800 metros só. Já pedimos para a prefeitura, há anos, mas tem que fazer projeto e então ficou parado”, aponta.
Poucos metros depois da residência da família Comparin, mas na mesma comunidade, mora o também agricultor, Vadis Camerini, 58 anos. Para ele, um dos únicos problemas da localidade é a estrada, que ele não entende porque até hoje ainda não foi asfaltada. “Um pedaço daqui até ali, dá cerca de 800 metros, o que custa asfaltar este trecho? É pouca coisa”, questiona.
Camerini acrescenta que no local onde há industrias, a estrada já recebeu pavimentação. “Para nós seria bom. Tem asfalto onde tem empresas, ali naquela parte melhorou, antes era uma tristeza, mas teriam que asfaltar tudo”, defende.
Há previsão de asfalto?
Questionado se existe projeto ou possibilidade da localidade ganhar asfalto nos trechos que ainda são de chão batido, o secretário de Desenvolvimento da Agricultura, Volnei Christófoli, afirma que a pasta “vai verificar quais são as necessidades da localidade para que seja realizado”. Contudo, ainda não há previsão para ser feito.
Já conforme a diretora adjunta do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPURB), Melissa Bentoleti Gauer, “existe um projeto para pavimentação do trecho restante, mas ainda não está previsto no cronograma de ações”, afirma.
Bueiros geram queixas
Quase em frente à residência de Camerini tem um bueiro. Segundo o morador, a manutenção de limpeza não é feita com a devida frequência, tanto que, da última vez, ele quem precisou fazer a higienização. “Eu mesmo tive que desentupir, porque se depender dos outros, não acontece”, desabafa.
Camerini relata que quando chove fica mais complicado, porque entope o bueiro. “É tão fácil de limpar, mas para conseguir é difícil. Colocar bueiro não é complicado, custa uma miséria, mas parece que estamos pedindo esmola”, afirma.
Falta de transporte público
A agricultora Luciane Comparin, 51 anos, não dirige, portanto, quando precisa sair da Linha Pradel, depende do marido ou precisa caminhar cerca de dois quilômetros para chegar até o ponto de ônibus mais próximo de casa. Ela queixa-se que onde mora não passa transporte. “Aqui, tinha que passar um ônibus, porque faz falta”, aponta.
De acordo com a agricultora, o motivo para a ausência do transporte é a estrada. “Como a rua é estreita, de chão, eles não vêm, mas o que mais me faz falta é um ônibus”, conclui.