O comércio ilegal no Brasil não para de crescer. No ano passado, a economia paralela movimentou R$ 1,173 tri contra R$ 983 bi em 2017. No Rio Grande do Sul não foi diferente. O valor saltou de R$ 52,7 bi para R$ 76,48 bi no mesmo período. A perda na arrecadação no estado equivale a R$ 5,66 bi somente em 2018. Preocupado com os rumos da informalidade em Bento Gonçalves, que traz uma estimativa de R$ 1,02 bi, de julho de 2017 a julho de 2018, o Sindilojas Regional Bento lança a campanha ‘O reflexo da pirataria é o crime’.

O presidente da entidade, Daniel Amadio, que também coordena a Comissão de Combate à Informalidade da Fecomércio-RS, explica que com os avanços do comércio ilegal todos perdem. “Toda pessoa que adquire um produto falsificado e contrabandeado está alimentando a violência no Brasil. Isso porque grande parte desses produtos chegam pelas mãos de traficantes de armas, drogas e até de pessoas, utilizando rotas e mecanismos similares”, destaca. A campanha, apresentada na segunda-feira, 25, tem o propósito de chamar a atenção da comunidade – tanto lojistas quanto consumidores – para os bastidores de uma realidade cruel e conivente com a violência e que muitas vezes passam despercebidos. “As vezes precisamos impactar para sermos ouvidos e foi isso que fizemos. A identidade visual da campanha que estará circulando na cidade e região, traz imagens duras que refletem o crime. Esperamos que nossa mensagem seja entendida e que possamos conscientizar as pessoas e transformar a sociedade num ambiente melhor para todos”, ressalta.

Após o lançamento da campanha, Amadio liderou uma caminhada pelas ruas centrais de Bento Gonçalves. Dirigentes da entidade, lojistas e autoridades distribuíram flyers explicativos para despertar a atenção das pessoas, dentro e fora das lojas. A campanha, que tem o apoio da Fecomércio RS, estará presente também nas mídias sociais do Sindilojas, na imprensa e em ações de relacionamento em todo o estado.

Amadio aproveitou o momento para lembrar do projeto de lei estadual que foi aprovado a partir de um trabalho da Federação e que inibe, no Estado, as feiras itinerantes que atuam ilegalmente, vendendo produtos sem nota fiscal e, muitas vezes, pirateados ou contrabandeados. O projeto aguarda a sanção do governador Eduardo Leite.