Atualizado em 30 de outubro, às 16h45min

A matéria foi publicada antes das eleições e atualizada posteriormente. Também é importante frisar que os dados não aparecem no sistema de registros do TSE no mesmo instante que a doação é feita, eles demoram alguns dias para serem computados.

Para conferir como estavam os números no dia da primeira publicação da matéria, 28 de setembro, acesse a página 24 daquela edição CLICANDO AQUI.

Durante a corrida eleitoral, é permitida a realização de doações para fortalecer a campanha dos candidatos. Visando garantir a transparência e segurança do processo eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) exige que todas as doações sejam informadas e posteriormente disponibilizadas ao público. As doações são feitas por apoiadores da campanha, pelos diretórios dos partidos e até mesmo pelo próprio candidato.

O contador Rafael Bochi ressalta quais os cuidados que os candidatos devem ter na hora da prestação de contas. “Eles devem ter todas suas fontes de arrecadação e despesas devidamente documentadas e comprovadas”, reforça. Bochi também destaca que as receitas e gastos devem estar ordenados cronologicamente, conforme exige a legislação pertinente ao tema.

Nas eleições de 2024, a resolução vigente no que se diz respeito à prestação de contas, arrecadação e gastos em campanhas eleitorais é a de número 23.731, de 27 de fevereiro de 2024, que atualiza a resolução de número 23.607, de 17 de dezembro de 2019. O documento tem como relatora a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, que em 7 de maio foi eleita presidente do TSE.

Utilizando as informações disponibilizadas ao site do TSE na aba “receitas”, foi levantada a quantia que cada um dos 21 candidatos a prefeito nas cidades de Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Farroupilha, Garibaldi, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza arrecadou com doações.

Bento Gonçalves

Na Capital Nacional do Vinho, entre os três candidatos, Diogo Siqueira (PSDB), prefeito reeleito, liderou em arrecadação de doações, com R$282,2 mil, dos quais 92,1% vieram do diretório estadual do PP e dos diretório nacionais e municipais do PSDB, com o valor restante proveniente de apoiadores. Paulo Caleffi (PSD), aparece em segundo lugar, com R$ 240.636,39. Desse montante, 93,5% são oriundos dos diretórios nacionais do PSD e PL, partidos que apoiaram sua campanha, enquanto o restante foi financiado pelo próprio Caleffi. Já Jorge de Oliveira (PT) recebeu R$ 46.496, sendo 99.5% do valor doado pelo diretório estadual de seu partido e o restante por um apoiador.

Carlos Barbosa

Em Carlos Barbosa, o prefeito reeleito Everson Kirch (PP) é o que mais recebeu doações, totalizando R$ 141,2 mil, com 96.71% do valor proveniente de diretórios do seu partido e o restante de apoiadores. Em segundo lugar, está Fernando Xavier (PDT), com R$ 99.510 arrecadados, sendo 85,42% desse valor oriundo da direção estadual do PDT e o restante vindo de apoiadores. Luciano Baroni (MDB) arrecadou R$ 90,2 mil, com 83,1% da quantia advinda dos diretórios do MDB, 8% do próprio bolso e o restante de simpatizantes. Por último, Rodrigo Anezi (PT) recebeu R$ 13,9 mil, com 86,33% desse total proveniente do diretório estadual do PT, 12,95% do próprio bolso e 0,72% do vice Joni Grasseli.

Caxias do Sul

A segunda cidade mais populosa do estado possui um pleito bastante disputado, que concede grande visibilidade política ao candidato eleito. É também onde os candidatos receberam, de forma disparada, a maior quantia de doações. Em primeiro lugar, aparece Mauricio Scalco (PL), que recebeu grandes quantias em doações após a sua ida para o segundo turno, o candidato, que foi derrotado, arrecadou R$ 2.309.720. Quase todo o valor, 96,7%, é originário dos diretórios nacionais do PL e do PP, além de 0,49% do valor vindo do próprio bolso e o restante de apoiadores. Denise Pessôa (PT), que ficou de fora do segundo turno, arrecadou a segunda maior soma, R$ 1.946.702, dos quais 99,66% provêm de diretórios do seu partido, enquanto o restante são doações de apoiadores. Em seguida, Adiló Didomenico (PSDB), prefeito reeleito, recebeu R$ 1.763.970, sendo 71,1% provenientes dos diretórios dos partidos da coligação e o restante de apoiadores. Ele é o candidato da região com a maior quantidade de doações recebidas, totalizando 176. O que menos recebeu doações é Felipe Gremelmaier (MDB), que também foi o menos votado nas urnas, arrecadou R$ 962,1 mil, sendo 94,651% proveniente do diretório nacional dos partidos coligados, 0,5% do próprio bolso, 0,1% do vice Michel Pillonetto, e o restante de simpatizantes.

Farroupilha

O ex-prefeito Pedro Pedrozo (PSB), que acabou derrotado nas urnas, é quem mais arrecadou, somando R$ 179.720, com toda a quantia proveniente de diretórios dos partidos que apoiam sua campanha. Já o prefeito eleito Jonas Tomazini (MDB) arrecadou R$ 134.319,40, sendo 88,09% provenientes de diretórios partidários, 11,17% de um apoiador e o restante do próprio bolso. Por fim, Dário Micael (PRD) obteve R$ 29,1 mil, dos quais 48,4% vieram do próprio candidato, 34,3% do diretório nacional do PRD, , e o restante, de um apoiador.

Garibaldi

Na cidade vizinha de Bento Gonçalves, Antonio Cettolin (MDB), candidato derrotado, arrecadou R$ 179 mil, dos quais 78,13% vieram do diretório nacional do MDB, 8,38% do próprio bolso, 4,61% de apoiadores e 2,8% da vice Simone Agostini. Sérgio Chesini (PP), prefeito reeleito, conseguiu R$ 146,6 mil, sendo 46,72% provenientes do diretório estadual do PP, 42,4% de apoiadores e o restante do próprio bolso.

Monte Belo do Sul

Monte Belo, também vizinha de Bento Gonçalves, teve dois candidatos na disputa. Jorge Benvenutti (MDB), eleito, arrecadou R$ 35,1 mil, 85.5% vieram do diretório nacional do MDB, e o restante de apoiadores. Enquanto Maria Angela (PP) obteve R$ 27 mil, com todo valor proveniente do diretório nacional do PP.

Pinto Bandeira

Emancipada em 1996, Pinto Bandeira contou com dois concorrentes. Thompsson (PP) arrecadou R$ 44.670, sendo 85,56% do diretório estadual do PP, e o restante, do próprio bolso. Adilso Salini (MDB), prefeito eleito, recebeu apenas R$ 5.480, com 92.7% do dinheiro vindo da direção municipal do MDB e o restante de apoiadores, sendo a menor quantia recebida entre os candidatos das cidades analisadas.

Santa Tereza

Gisele Caumo (PP), reeleita em candidatura única, recebeu R$ 62 mil na campanha. Todo o valor provém dos diretórios nacionais do PSDB e do PP.

Candidatos com a maior arrecadação:

  1. Mauricio Scalco (Caxias) – R$ 2.309.720
  2. Denise Pessôa (Caxias) – R$ 1.946.702
  3. Adiló Didomenico (Caxias) – R$ 1.763.970
  4. Felipe Gremelmaier (Caxias) – R$ 962.100
  5. Diogo Siqueira (Bento Gonçalves) – R$ 282.250

Candidatos com a menor arrecadação:

  1. Adilso Salini (Pinto Bandeira) – R$ 5.480
  2. Rodrigo Anezi (Carlos Barbosa) – R$13.900
  3. Maria Angela (Monte Belo) – R$27.000
  4. Dário Micael (Farroupilha) – R$29.100
  5. Jorge Benvenutti (Monte Belo) – R$35.100