Nesta quinta-feira a imprensa de Porto Alegre noticiou que o governo do Estado irá “remanejar” mais de 40 oficiais da Brigada Militar. Segundo a informação, oficiais não teriam ordenado que soldados retirassem esposas de policiais da frente dos batalhões, quando houve o protesto pela falta de pagamento dos salários. Vai ver que queriam ver brigadianos empurrando esposas porque protestavam por não terem dinheiro para pagar suas contas, comprar alimentos para os filhos, etc. Mas, certamente, as cabeças brilhantes que tomaram a decisão do remanejo de oficiais deve ter concluído que, com ele, a segurança pública do Estado irá melhorar. Então, fiquemos tranquilos, porque agora vai melhorar!

Falta tudo!
Não lembro de ter vivido em algum tempo nessa situação. A segurança pública chegou a um ponto insustentável. As famílias não têm mais o direito de ir e vir sem correr sérios riscos. Até mesmo os flagelados pelas enchentes não saem de casa, temendo ter seus parcos bens e recursos saqueados por bandidos que agem leves, livres e soltos. A Brigada Militar e a polícia civil estão com seus efetivos em patamares críticos e, mesmo assim, até as horas extras foram cortadas. A bandidagem delira, aplaude de pé. Os recursos inexistem para os que restam poder atender a população, começando por viaturas em condições, armamento adequado e até mesmo o trivial dentro de um quartel ou delegacia. E quando alguém questiona onde vai parar toda a arrecadação tributária do Estado, da União e dos Municípios, o silêncio é o que se obtém. Quando alguém irá decretar essa falência já escancarada?

Mas, sobra…
Sim, sobra – e muita – falta de vergonha na cara. E de muita gente. Existem pessoas que somente conseguem sobreviver se conseguirem a façanha de obter a doação de algum órgão, como rim, fígado, coração, etc. Depois dessa “loteria” do transplante, a vida dessa gente sofrida só é possível se tomarem remédio contra a rejeição. Obviamente, tais remédios têm preços proibitivos para 99% da população. Cabe, pois, por força de Lei, ao Estado o fornecimento desses remédios. Esta semana, a TV mostra reportagem de pessoas desesperadas por não os conseguirem, mesmo gente que viajou, para isso, centenas de quilômetros. Nenhum de nós, inclusive esses que negam o direito à vida a essas pessoas, está livre de precisar desses medicamentos. Sobra falta de vergonha na cara, ou não?

Enquanto isso…
Pois é, enquanto pessoas veem suas vidas esvaírem-se por falta de remédios, a segurança pública é ficção, a saúde para todos é fantasia, a corrupção graça solta do Oiapoque ao Chuí. Concursos públicos fraudados; cargos de confiança contratados com a condição de devolverem parte do dinheiro a políticos que valem menos que titica de galinha; obras em municípios, estados e União superfaturadas e bilhões desviados; leite e derivados imprestáveis sendo vendidos por bandidos travestidos e empresários e “gente de bem”; sonegação de bilhões, enfim, um festival de bandidagem explícita. E a origem disso tudo é uma Constituição tão vagabunda quanto os que a elaboraram pensando em si próprios, com Legislação igual ou pior. Tivéssemos leis sérias e fossem aplicadas, certamente esses bandidos não agiriam tão leves, livres e soltos.

Aos “sem noção”!
Algo que, aparentemente, não é de conhecimento público é a culpabilidade de quem abre portas de veículos “moda diabo” no trânsito das cidades. Aqui, em Bento, é comum ver-se pessoas abrindo para entrar ou sair dos carros sem o menor cuidado. Simplesmente abrem e “azar é do goleiro”. Na rua Saldanha Marinho isso ocorre dezenas de vezes, diariamente. Os acidentes são iminentes e os que abrem portas desconhecem que, nesse caso, eles são considerados culpados, segundo decisões dos tribunais superiores. Portanto, seriam de bom alvitre que os “sem noção” atentassem para isso e tivessem mais cuidado com a abertura da porta dos carros.