Clacir Rasador

Há menos de uma semana das eleições majoritárias, talvez uma das mais acirradas da história da república, convido o leitor a refletir o que de fato representa o voto?

Numa democracia cujas funções do Estado são divididas entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, o eleitor ao votar, mesmo que por alguns segundos apenas, é o próprio Estado personificado em si mesmo.

Não se trata de qualquer analogia ao conceito mais amplo e ao mesmo tempo mais conciso, mais resumido do poder absolutista expresso na frase “O Estado sou eu” atribuído ao Rei Luis XIV da França, até porque vivemos numa democracia, embora ultimamente os três poderes desta república parecem viver em três países e sistemas diferentes, sempre em estado de guerra nas fronteiras da mesma lei, a  CONSTITUIÇÃO  que os rege.

Mas ao menos no breve período eleitoral, na construção de seu voto, na qualidade de eleitor, assume este em relação ao exercício da democracia, o Poder Legislativo, quando assim legisla por si e para si as leis que entende justas para eleger o seu candidato.

Ainda nessa condição, assume sem qualquer necessidade de indicação, o mais alto cargo do Poder Judiciário, e por consequência, o eleitor é então juiz de seu próprio destino ao decidir de forma suprema e única, qual o candidato é merecedor de seu voto.

E por fim, o eleitor, de fronte a urna, personificando então o Poder Executivo, decreta, executa o direito do voto.

Porém, o que transcende, o que está além desta construção acima e igualmente de forma subliminar, são os valores morais e éticos de cada eleitor, pois o VOTO É SEU ESPELHO, contudo, tal decisão refletirá não somente nele, mas sobre toda uma nação que começa pela célula mater, a família.

Notadamente nessas eleições,a escolha parece pairar mais em análise aos defeitos – especialmente do caráter dos candidatos – do que em relação as suas qualidades e competências como gestores públicos.

Entretanto, neste cenário, em especial se tratando dos candidatos ao governo do Estado e a presidência da República, não faltam motivações, seja de julgamento do caráter e/ou competência administrativa para decidir acertadamente ou com menor risco de erro,  qual será o voto em harmonia com o tom do futuro que espelha a grandeza de nosso pais,  expresso no  hino nacional e na ordem e progresso,  lema de nossa bandeira.

A propósito, referindo-nos as eleições majoritárias a presidência da República, teremos um componente jamais visto. Os eleitores que definirem o voto por Lula ou Bolsonaro, estarão de certa forma, julgando a reboque o maior órgão do Poder Judiciário, STF, aprovando ou não as polêmicas decisões que nos últimos tempos tem causado grande repercussão na esfera política e republicana deste pais.

De certo mesmo, temos que a história sempre será uma luz para não cairmos nas trevas, exemplos não faltam, seja no passado, seja no presente, basta enxergar a quantas andam los hermanos além das divisas fronteiriças desta PÁTRIA MÃE GENTIL. Ademais, como diria um expoente político local – não mais entre nós – o “já ganhou” é primo-irmão do “já perdeu”…vamos as urnas.