Ao meu sentir, é salutar, louvável e extremamente oportuno o governo federal prorrogar os impostos para as empresas enquadradas no Simples Nacional. Contudo, sempre houve um pensamento governamental, de que as empresas que aí não se enquadram, são aquelas que tem condições de suportar a maior carga tributária e portanto possuem um lastro econômico que as faz navegar tranquilamente, ou no mínimo sem muitos sobressaltos em momentos difíceis, até mesmo hoje, em razão da pandemia mundial do coronavírus, diga-se, uma situação jamais vivenciada pela humanidade.

Tal pensamento NÃO É VERDADE e TÃO POUCO JUSTO! As médias empresas sofrerão e muito para conseguir arcar com seus compromissos, a começar pelo pagamento de seus empregados e empregabilidade, ao meu ver, a maior função social. O crise proporcionada pelo coronavírus, não escolheu organizações empresariais pelo seu faturamento e/ou número de funcionários! Aos insensíveis a esta situação, cujo argumento limita-se ao conceito geral e legal de que “empresário é aquele que assume o risco da atividade econômica”, como se as empresas fossem imunes aos reflexos de uma epidemia viral destas proporções, sugiro aprofundar e humanizar o conceito de empresa, começando por fazer um breve exercício de lógica, passando por enxergar que, atrás de um CNPJ, existem CPFs – agora chegamos – existem VIDAS e portanto PESSOAS, SERES HUMANOS, que sim, infelizmente são vulneráveis à virose.

Enfim, nunca soube e daí peço escusas pela ignorância, de que governos falissem, mas empresas dentro de uma normalidade de mercado, são passíveis de ficarem pelo caminho. Mas, deixar sucumbir organizações empresariais independente de seu tamanho por conta das consequências do coronavírus – um risco inimaginável e sem precedentes – daí sim é “simplesmente” negar-lhes “oxigênio” via prorrogação de impostos. Se os governos em todas as esferas deixarem “simplesmente” acontecer “naturalmente”, darão as costas ao futuro das pessoas, e a “ponte-empresa” de muito sonhos, irá ruir!!! Oremos!!!

Clacir Rasador