Algumas profissões são tão antigas que é difícil definir, exatamente, quando tiveram seu início. É o caso da costureira. Os primeiros instrumentos usados como agulhas eram feitos de ossos e marfim há mais de 30 mil anos. Já a tecelagem, que é a técnica de entrelaçar os fios para obter tecidos, deve ter surgido há cerca de 5 mil anos. Com o passar dos anos, o mundo sofreu transformações, e as profissões também foram modificadas. Em Bento Gonçalves, costurar resiste ao tempo e à crise. A procura por reformas em roupas aumentou gradativamente nos últimos meses, devido à crise econômica que perpetua no país.

Uma das costureiras que mantêm a tradição de sua família é Maria de Lourdes Froza, 54 anos. Moradora do Loteamento São Paulo, ela segue os passos das gerações antigas. “Comecei a costurar desde pequena. A minha bisavó era alfaiate, a minha avó costureira e minha mãe também entrou neste ramo. Meu pai não queria que nós costurássemos, mas desde pequena me escondia embaixo da mesa de costura para produzir roupas para as bonecas e é algo que eu adoro”, lembra.

Após anos como costureira, Maria comenta que não passa um dia sem o trabalho e que, com a crise, a procura por reformas de roupas aumentou. “Calça jeans, principalmente, é o que as pessoas mais procuram para ajustar. Acho que as coisas se tornaram caras, difíceis, e o ganho dos indivíduos também diminuiu. Mas além das reformas, também tenho encomendas de roupas prontas, como uniformes escolares e para empresas. Muitos estão se queixando que não tem serviço, mas não tenho nenhum dia sem trabalho. Sempre tem costura. Lógico, tem os seus altos e baixos, mas é difícil não vir de dois a três clientes por dia pedir reformas”, salienta.

Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário deste sábado, 2 de abril.