Com uma receita anual estimada em R$ 21 milhões, a situação é considerada preocupante pelo Poder Público local, que aguarda a resposta da liberação de recursos para reconstruir a cidade

Um mês após a enchente que devastou diversas cidades da região, o município de Santa Tereza, um dos fortemente atingidos, divulgou, em um vídeo, os prejuízos provocados pela situação. De acordo com os dados apurados pela prefeitura municipal, as perdas devem chegar próximas da cifra de R$ 70 milhões, quase quatro vezes que o orçamento da cidade. Os valores envolvem estragos em prédios públicos, privados, empreendimentos, entre outros. Com uma receita anual estimada em R$ 21 milhões, a situação é considerada preocupante pelo Poder Público local, que aguarda a resposta da liberação de recursos para reconstruir a cidade.

Conforme as informações divulgadas, foram mais de 70 locais completamente destruídos pela cheia do Rio Taquari. Em alguns casos, famílias ainda seguem em casas de familiares e amigos, já que suas moradias foram levadas pelas águas. Até o momento, a cidade recebeu pouco mais de R$ 600 mil em ajuda humanitária, no entanto, o valor é considerado insuficiente para reerguer a cidade que leva o título de patrimônio cultural e histórico, já que mantém de pé as residências dos primeiros imigrantes vindos da Itália e que fixaram sua vida naquela região.

Segundo os dados, dos cerca de 1,7 mil habitantes, mais de 700 tiveram problemas com a enchente, ou seja, cerca de metade da população foi afetada diretamente pela inundação do dia 4 de setembro.

Entre os prejuízos está a área da agricultura, que de acordo com estimativas da prefeitura, mais de R$ 2,8 milhões tenham sido perdidos. Além disso, os estragos também se alastram para as áreas de Comércio e Serviços (R$ 6 milhões), residências (R$ 35 milhões), salões comunitários, igrejas e cemitérios (R$ 3 milhões), estradas, praças, ruas, iluminação e prédios públicos (R$ 20 milhões).

Em sua rede social, a prefeita de Santa Tereza, Gisele Caumo, fez um desabafo após um mês da maior catástrofe natural registrada no Rio Grande do Sul. De acordo com a gestora, o momento é de trabalho, união e foco nos objetivos para reconstruir a cidade. “Ainda custamos acreditar que o Rio Taquari, que trouxe até nossa região tantas pessoas, tantas famílias, tantas histórias, que nos proporcionou tantas alegrias no esporte, tantos veraneios, tenha consumido com parte de tudo o que aqui foi construído com tanto esforço, com tanto suor, com tanta dedicação”, afirma.

Gisele ainda ressalta o trabalho realizado pelas esquipes no apoio às famílias desabrigadas e empreendimentos afetados. “Nossos munícipes, as pessoas que tanto amamos e pelas quais tanto nos dedicamos, não podem, de forma alguma, ficarem desassistidos. Por isso, desde o dia 4 de setembro, não paramos mais. Estivemos sempre atentos, alertas, pensando e executando agilmente ações para retomarmos nossas rotinas, nossa dignidade e o amor por viver nesta terra. De uma coisa eu tenho certeza, e vocês já sabem, não vamos desistir de Santa Tereza”, garante a gestora municipal.

Os dados mais recentes divulgados pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul apontam que, até o momento, as cheias do início de setembro provocaram a morte de 50 pessoas. Oito ainda seguem desaparecidos.