Comandante do 3º BPAT de Bento Gonçalves, Artur Marques Barcellos, fala da rotina de operações, planejamento policial e espera apoio da população

O atual comandante do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º BPAT), tenente-coronel Artur Marques de Barcellos, chegou na cidade há quase dois meses, quando assumiu o posto. Desde o dia 14 de fevereiro, ele vem projetando e planejando operações para aperfeiçoar a segurança pública do município, trabalhando junto de outros órgãos e com a própria população.

Até pouco tempo atrás, Barcellos comandava a Escola de Sargentos de Santa Maria, no centro do estado, mas antes disso, também atuou por 17 anos no batalhão de choque. Ao saber da indicação para o comando do 3º BPAT, em Bento, ele lembra que recebeu a notícia com orgulho, afinal, na sua visão, o local é uma referência nas demandas institucionais e trabalho da Brigada Militar (BM), no qual o batalhão está inserido.

A atenção que Bento precisa na segurança

O comandante ressaltou que em sua análise de 2021 alguns indicadores criminais da cidade extrapolaram, principalmente dentro das propostas do RS Seguro, programa estadual que visa a redução de criminalidade. Neste ano, porém, tem sido notado um descenso nos índices e, apesar disso, o batalhão segue com atenção redobrada para crimes letais, como homicídio. Esse delito foi um dos que mais teve queda, sendo que em 2022 foram quatro registrados até o momento.

O roubo a pedestre é outro indicador que Barcellos aponta como prioridade, sendo uma preocupação quando chegou ao 3º BPAT. Agora, segundo ele, houve redução na prática desse crime, sendo algo perceptível nesses últimos meses. O roubo e furto a veículos também está na pauta dos policiais, que realizaram três prisões recentes de criminosos desse ramo. Por conta disso, o comandante acredita que os indicadores devem diminuir ainda mais nas próximas semanas.

A apreensão de armas de fogo é outro fator em destaque recente do batalhão, que de acordo com Barcellos, são frequentes nos 25 municípios da região. “É um fato que, quase diariamente, temos feito apreensões de armas de fogo”, afirma. Ele correlaciona esse delito com o de homicídio, pois o porte irregular de arma de fogo fica mais presente quando há uma onda maior de crimes contra a vida.
Por fim, existem outros dois tipos de crime que demandam um tempo considerável do batalhão, são eles: perturbação do sossego e violência doméstica. Barcellos comenta que essas duas situações são bastante corriqueiras na rotina dos agentes. “Violência doméstica ocorre com uma frequência grande, principalmente à tardinha ou início da noite. No final de semana aflora ainda mais”, explica.

Os quatro pilares do batalhão

Para que o serviço de segurança da Brigada Militar em Bento siga funcionando de acordo com o que deve, enquanto diminui índices criminais e atende a população, o 3º BPAT segue à risca quatro vieses, que funcionam como pilares da estrutura policial. Esses eixos regem o comando e a instituição.

O primeiro deles é a redução do tempo de resposta, que é a base do atendimento da BM, pois visa a agilidade entre uma ligação para o 190 e o deslocamento dos agentes ou guarnição para o local. “Tão logo somos acionados, queremos atender essa demanda da comunidade”, define o comandante. Depois disso vem a visibilidade, que é a segunda vertente do trabalho, em que o policial militar se torna presente nas ruas do município, transitando de viatura ou ficando em guarda. Isso resulta no aumento da sensação de segurança, assim como apreensões e revistas aleatórias.

O terceiro viés é o da repressão qualificada, que é o trabalho feito a partir dos índices criminais. É a partir daqui que é realizado o mapeamento de Bento, a partir de datas, dias da semana, horários, entre outros fatores, que funcionam para a brigada atuar direto no problema em questão. “As equipes mais especializadas vão atuar fortemente nessa repressão qualificada, a partir da análise dos dados. Analisamos com frequência mínima semanal, e as vezes diária, quando a incidência aumenta muito. Reavaliamos o planejamento e realocamos os recursos onde há maior necessidade”, comenta.

Fechando os quatro pilares está o viés comunitário, que é onde os agentes focam na atuação mais intrínseca a cidade. Exemplos disso são a Patrulha Escolar, a Patrulha Rural e a Patrulha Maria da Penha, todas com policiais militares que estreitam laços e apoiam um determinado setor público para melhorar a segurança. Nesse quesito do batalhão é focada a aproximação comunitária, agregando também as ações de outras forças policiais do município para gerar uma comunidade inteira mais ativa nessa área.

Operações por vir

Com a chegada do fim de março mais um trimestre se encerrou, o primeiro de 2022, e com ele o comandante conseguiu avaliar que os responsáveis pela segurança desempenharam um bom papel. “Destaco principalmente a redução dos índices dos crimes violentos letais intencionais, com decréscimo grande principalmente nos homicídios. Os índices como um todo vem se mantendo bem baixo e estamos conseguindo manter condição favorável nesse sentido”, pondera.

Apesar disso, ele destaca que estão atentos com outros fatores que tiveram um ligeiro aumento nestas últimas semanas. Barcellos acredita que a tendência atual é a diminuição dos indicadores criminais, pois a presença policial nas ruas e a manutenção dos quatro pilares deve prosseguir. Ele ainda considera o apoio do município como um grande auxílio. “Precisamos que a comunidade seja parceira, indique situações de irregularidade que constatarem, denunciem”, pontua.