Bento Gonçalves é, decididamente, uma cidade, um município onde tudo é bem mais difícil de se fazer. As sucessivas administrações tiveram desgastes enormes quando tentaram ou implantaram modificações, mesmo aquelas em que era óbvio-ululante que viriam beneficiar a maioria da população. Sim, sei que qualquer mudança encontra resistências em qualquer lugar, em qualquer setor de atividades. Mas, em Bento, essas resistências são potencializadas e, sinceramente, não encontrei uma resposta adequada, mesmo conversando com muitas pessoas, de todas as idades e/ou profissões. Creio que é no trânsito em que as resistências são mais notadas. Claro, a RUA COBERTA também é um exemplo emblemático (já perdemos também essa verba federal?) já que sequer se ouve falar dela. Há a Via Del Vino, cuja verba superior a 400 mil reais estão (ou estavam?) disponibilizadas pelo governo federal, obtidas através de projetos da Administração Lunelli, que possibilitariam a retiradas dos postes existentes nas Ruas Marechal Deodoro e Marechal Floriano (até o Colégio Bento Gonçalves) ainda não foi utilizada. O que tem andado a passos mais lentos do que a comunidade espera referem-se às verbas do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC – destinadas à mobilidade urbana. Porém, o que reputo como “difícil”, agora, diz respeito às modificações no trânsito, na mobilidade urbana do quadrilátero central. O corredor de ônibus teve início no meio de muitas polêmicas, mas está aí, funcionando. Agora as modificações acontecem na ÁREA AZUL, o estacionamento público pago objetivando a rotatividade. Apesar da boa vontade das administrações municipais, a escassez de agentes de trânsito para aplicar as devidas multas aos infratores contumazes impede que o sistema funcione adequadamente. Ninguém desconhece que muitos não pagam para estacionar, deixando como tolos os que o fazem, cumprindo a lei. Muitos ficam dentro do veículo, com cara de paisagem, ocupando a vaga sem pagar, esperando alguém que entrou numa loja, num supermercado ou banco, achando que, por estarem no carro estão isentos do pagamento. Visando acabar com essa farra, a concessionária da Área Azul em conjunto com a prefeitura, um sistema eletrônico de controle está sendo implantado. A demarcação das vagas é o primeiro passo (será que os “cara de paisagem” saberão que devem estacionar DENTRO da vaga demarcada, ou será preciso desenhar melhor?), depois virá o sistema de pagamento eletrônico. O controle será bem mais adequado. Resta saber, todavia, se as MULTAS aos que insistem em não pagar serão aplicadas. É ou não muito difícil mudar algo em Bento, mesmo que seja para melhor, beneficiando a maioria? A Área Azul poderá ter o novo sistema avaliado a partir de 1º de fevereiro.