A tecnologia transformou profundamente as interações humanas, impulsionando o surgimento de chats que permitem a comunicação instantânea e simultânea entre pessoas globalmente.
No Brasil, o acesso à internet atingiu 89,4% dos domicílios em 2022, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em 2024.

No Rio Grande do Sul, esse índice alcança 92,6%, de acordo com a pesquisa do Módulo de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), de 2022.
Esse aumento de conectividade impulsionou a popularização das redes sociais. Em janeiro de 2024, o Brasil registrou cerca de 144 milhões de usuários ativos, representando 66,3% da população total. Os brasileiros dedicam, em média, 9 horas e 13 minutos diários às redes sociais, colocando o país como o terceiro maior consumidor mundial, segundo levantamentos da We Are Social e Comscore.


Os dados de acesso demonstram a imersão da sociedade contemporânea no universo digital, com crianças e jovens integrando-se cada vez mais cedo a essa realidade, moldando uma cultura distinta das gerações anteriores.

Benefícios das redes
Segundo Ronei Teodoro da Silva, professor na Universidade de Caxias do Sul (UCS) e doutor em Comunicação e Informação pela UFRGS, as redes sociais ampliaram a forma de interatividade. “Elas transformaram a comunicação ao criar um ambiente mais democrático, no qual qualquer pessoa pode produzir, compartilhar e consumir conteúdo de maneira rápida e global”, destaca.


Além disso, as redes sociais impactam não só as interações entre pessoas, mas também entre marcas e organizações, fazendo a ponte entre elas pelo mundo e mudando a forma como comunicam-se com seu público alvo. “As pessoas podem agora dialogar diretamente com as marcas, expressar opiniões, fazer críticas e até influenciar decisões, criando uma relação mais próxima e transparente. As marcas, por sua vez, não só respondem aos consumidores, mas também se adaptam a esse novo cenário, criando estratégias mais autênticas e personalizadas. Isso tem mudado a forma como as organizações se posicionam publicamente, criando um ambiente mais colaborativo e participativo na construção de sua imagem e reputação”, explica Silva.

Cuidados
Embora a tecnologia tenha sido criada para facilitar a vida das pessoas, um dos pontos de maior preocupação reside na dinâmica de propagação de informações no ambiente online. “Um dos principais problemas é a disseminação rápida de desinformação, o que se intensifica pela falta de filtros e pela velocidade com que elas circulam nas plataformas”, adverte o professor.


A coleta e o uso de informações por terceiros, nem sempre transparentes, levantam sérias questões sobre privacidade e segurança. “Além disso, essa comunicação constante e sem fronteiras também tem gerado questões de privacidade, com dados pessoais sendo coletados e utilizados para fins comerciais, muitas vezes sem o devido consentimento ou transparência”, destaca.


A exposição das pessoas em seus perfis é muitas vezes destoante com a realidade da maioria da população, isso gera comparação entre as pessoas que as veem, o que pode impactar negativamente a saúde mental dos internautas. “Outro desafio é a pressão pela produção de conteúdo constante, que pode resultar em exaustão digital e afetar o bem-estar psicológico dos usuários, criando uma cultura de comparação constante e superficial”, menciona o professor.

Ronei Teodoro da Silva, professor da UCS e doutor em Comunicação e Informação pela UFRGS

Como utilizar
Para usufruir das redes sociais de forma equilibrada, é essencial estabelecer planejamento, para que o uso se torne positivo. “Uma boa estratégia é estabelecer limites no tempo de uso, criar momentos de desconexão e priorizar o consumo de conteúdos que contribuam para o bem-estar e o crescimento pessoal. Também é essencial desenvolver uma consciência crítica sobre o tipo de conteúdo que se consome e compartilha”, destaca.


Muitas pessoas acabam ficando dependentes na internet, navegando diariamente por inúmeras horas, muitas vezes deixando de lado as responsabilidades. Silva, destaca que ao usar as redes sociais, é importante desenvolver uma relação consciente com a mesma, “adotando práticas como a desativação de notificações, o uso de aplicativos de controle de tempo e a criação de rotinas de desconexão”, enfatiza
As redes sociais estão cada vez mais em expansão, e com isso há um crescente acesso infantil. “Pais e educadores devem incentivar um uso equilibrado das redes sociais, com foco no aprendizado e na interação saudável. A educação digital deve ser uma prioridade, ensinando os jovens sobre a privacidade, importância de consumir conteúdo de qualidade “, conclui Silva.