As grandes cidades apresentam um grande número de cartazes publicitários, os quais, juntamente com a concentração de edifícios, carência de áreas verdes e a inexistência de recantos naturais, constituem uma poluição visual que degrada o meio ambiente.

Em Bento Gonçalves, a situação não é diferente, onde proliferam cartazes ao lado das avenidas e mais aterrador ainda, é quando as prefeituras inauguram uma praça e logo a seguir espetam uma imensa placa no meio dela com o intuito de divulgar obras ou atividades culturais. Uma verdadeira aberração visual. Gasta-se dinheiro com jardim para escondê-lo atrás de placas. Em alguns casos a poluição visual coloca em risco a vida das pessoas já que muitas faixas e propagandas são colocadas em cruzamentos de avenidas confundindo com suas cores vermelhas a sinalização de trânsito.

A área central de Bento Gonçalves ainda sofre com o exagero de placas e outdoors escondendo as fachadas dos prédios. Hoje a poluição chega também aos meios de transporte. As traseiras dos ônibus são verdadeiros outdoors ambulantes que, em alguns casos, tiram a atenção dos motoristas com propagandas apelativas. Mesmo assim, conseguimos reduzir de forma significativa aquele total desrespeito à legislação que imperava até o ano passado.

Em problemas de qualquer ordem, especificamente naqueles que envolvem o contexto urbano, existem o verso e o reverso da medalha. Assim acontece no caso de supostas agressões ao meio ambiente, quando a derrubada de algumas árvores é apontada como empecilho à implantação de obras públicas destinadas à geração de empregos e à melhoria da qualidade de vida de milhares de cidadãos no momento presente. Geralmente, não existe um meio termo em relação a esse tipo de polêmica, sempre tendente a provocar posicionamentos radicais, quando o diálogo racional seria a postura equilibrada entre as partes envolvidas em cada caso.

É preciso aliar conscientização e fiscalização para que a coisa mude. Com mais educação, os empresários vão aprender a valorizar a fachada de um prédio histórico e não apenas a marca de sua empresa. Tanto as ações de conscientização quanto as de fiscalização são importantes para permitir uma cidade visualmente mais limpa aos bento-gonçalvenses. Essas iniciativas, porém, precisam ser embasadas por uma legislação clara e pela determinação dos administradores de fazê-la valer na prática. Além de ampliar a fiscalização, é necessário reforçar os canais de comunicação para que os empreendedores conheçam as particularidades da Lei das Placas, que possui diversas regras.

Vamos torcer para que a reunião desta segunda-feira, 7, seja de consenso e avanços produtivos para que, finalmente, a Lei das Placas não seja mais ignorada e suas determinações sejam cumpridas.