Hospital Tacchini é um dos institutos em saúde selecionados para avaliar se a Dapagliflorzina tem efeito positivo no combate à insuficiência respiratória
Um medicamento utilizado no tratamento da diabetes, insuficiência cardíaca e/ou doença renal crônica será objeto de estudo em mais uma pesquisa internacional para encontrar novos tratamentos no combate ao novo coronavírus. A Dapagliforzina, criada em 2015, age diretamente nos rins inibindo a proteína responsável pela reabsorção de glicose para o sangue. Além disso, o medicamento teve comprovação de eficácia na redução do risco de insuficiência cardíaca. No total, 900 pacientes participam do estudo. Metade deles no Brasil.
De acordo com a metodologia utilizada, os pacientes vão receber um comprimido, de 10 ml por via oral, uma vez ao dia, por um período de 30 dias. Outro grupo receberá o placebo. “O risco de efeitos colaterais é muito baixo, e os pacientes que aderirem ao protocolo da pesquisa serão monitorados por um período de 90 dias pela nossa equipe do ITPS”, descreve a médica infectologista, Nicole Golin.
Os pesquisadores pretendem concluir o estudo até dezembro de 2020 para submeter a aprovação do uso do medicamento aos órgãos governamentais reguladores: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Brasil, o FDA (Food and Drug Administration), dos Estados Unidos, e a European Medicines Agency (EMA), da União Europeia.
Critérios para participação no estudo
Como requisitos para participar do estudo, o paciente deve ter mais de 18 anos e ter diagnóstico confirmado de Covid-19, com doença moderada, ou seja, estar internado em enfermaria há menos de quatro dias, sem o uso de oxigênio ou dependente de pequena quantidade (cinco litros de oxigênio por minuto) e que possua ao menos um fator de risco para o coração ou rim (doença renal crônica, pressão alta, diabetes tipo 2, doenças cardíacas como infarto prévio, doença aterosclerótica, insuficiência cardíaca). Durante o estudo, os pacientes serão acompanhados diariamente e, após a alta hospitalar, serão monitorados por uma equipe do ITPS durante até 90 dias.
Foto: Alexandre Brusa / Hospital Tacchini