Movida pelo desejo de fazer bem ao próximo, Angélica Somenzi, aos 16 anos, decidiu tornar-se uma voluntária. Inicialmente, atuou como catequista, depois, participando de ações na brinquedoteca do Hospital Tacchini. Hoje, com 33 anos, coordena o Programa Parceiros Voluntários, de Bento Gonçalves. É para incentivar mais pessoas como Angélica e para promover ações de voluntariado em todos as áreas da sociedade que a Organizações das Nações Unidas (ONU) institui o dia 5 de dezembro como o Dia Internacional do Voluntário.

A Parceiros Voluntários nasceu em 2000 na Capital da Vinho. Após ficar dois anos sem atuação, passou por um processo de reestruturação e hoje conta com mais 150 voluntários cadastrados e 105 pessoas ativas que participam de ações visando doar um pouco de tempo em prol do outro. Angélica acredita que ser voluntário é uma troca. “Muitas vezes a pessoa diz que vai ir para levar um sorriso, um abraço e ela quem recebe e isso que é bacana”, afirma.

Angélica Somenzi

Por se tratar de uma Organização Não Governamental (ONG), de acordo com Angélica, quem mantém a Parceiros Voluntários, que tem sede em mais de 20 cidades gaúchas, são os centros empresariais. Em Bento é o Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC). A entidade oferece quatro projetos que possibilitam ações de voluntariado em todos os âmbitos da cidade.

Sobre o sentimento de ser um voluntário, o advogado Felipe Panizzi Possamai, 42 anos, participa de ações voluntárias há cerca de 10 anos. Para ele, o sentimento é de gratidão por poder auxiliar quem precisa. “com algum tempo doado, a comunidade pode ser transformada e todos que contribuiriam para um mundo mais solidário e comprometido”

Projeto com as escolas

O Programa Tribos nas Trilhas da Cidadania, voluntariado desenvolvido dentro das escolas, já está presente em sete colégios bento-gonçalvenses. Entretanto, tem se expandido para municípios vizinhos. Em Farroupilha por exemplo, uma escola já aderiu. Em Monte Belo do Sul foram duas.

Os alunos podem escolher atividades sociais dentro de três eixos: educação para paz, meio ambiente ou cultura. Embora as escolas tenham autonomia para o desenvolvimento das ações, a única exigência da Parceiros é que durante o ano, sejam realizados quatro trabalhos voluntários voltados para a área que foi definida. “Os alunos escolhem atividades sociais dentro da temática e desenvolvem em prol da comunidade. Eles é que são os protagonistas, que fazem as atitudes de mudança”, explica.

Como a ideia é trabalhar o lado voluntário desde pequenos, alunos desde a pré-escola até o ensino médio podem participar do programa.

Projeto com o hospital

A Parceiros tem um grupo de humanização dentro do Hospital Tacchini para realizar atividades de voluntariado. De acordo com Angélica, os integrantes se vestem de personagens e visitam os pacientes para levar alegria. “A gente desenvolve várias atividades lá. Temos um grupo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), outro na oncologia, na pediatria também. Enfim, a pessoa vai para o grupo que mais se sensibilizar, que mais gostar”, acrescenta.

Além dessas atividades, também tem as ações gerais, realizadas uma vez por mês, aos sábados, para que os voluntários que se identificam com atividades no hospital, mas não podem durante a semana, tenham outra oportunidade de participar. Esse trabalho tem foco voltado sempre para alguma data comemorativa. “Cada mês é um tema, por exemplo, outubro foi dia da criança e dezembro vai ser o natal. Geralmente das 8h às 12h e passamos por todo hospital fazendo os pacientes rirem, dando uma palavra de conforto porque muitas vezes não tem só alegria no hospital”, diz Angélica.