Campanha, que segue até o final do mês, busca voltar atenção para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama

A campanha do Outubro Rosa, durante todo esse mês, tem como objetivo trazer conscientização sobre o câncer de mama e, principalmente, a importância dos exames preventivos para o diagnóstico precoce. Esse é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no mundo, porém, se detectado cedo, as chances de cura podem chegar a até 95%.

Importância dos exames de rotina

Em um exame de rotina, a costureira Cleonice dos Santos, de 37 anos, descobriu um pequeno nódulo no seio e fez acompanhamento por meses, conforme orientação médica. Após algum tempo, começou a sentir dor na mama e percebeu que o nódulo tinha aumentado de tamanho. “Tinha feito meu exame em novembro de 2022 e estava tudo certo, foi identificado um nódulo pequeno, mas que não apresentava alterações de tamanho. Monitorei por cinco meses, quando comecei a sentir dores. Repeti a ecografia e o nódulo já estava com o triplo do tamanho, sendo necessário fazer biópsia e iniciar o tratamento, pois aparentava ser um câncer agressivo”, relembra.

Se o diagnóstico for precoce, a mortalidade em decorrência do câncer de mama diminui até 25%. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o diagnóstico tardio da doença é o principal fator de morte da mulher brasileira, já que 27% descobrem este tipo de câncer em estágio já avançado. O primeiro passo é a consulta frequente e periódica com médico, de preferência especialista, como ginecologista ou mastologista. Em seguida, são feitos os exames necessários para avaliação da saúde e possível detecção de alguma alteração.

No caso de Cleonice, como o tumor evoluiu rapidamente, foi necessário iniciar o tratamento com sessões de quimioterapia. Posteriormente, a orientação médica é que seja feita a retirada cirúrgica do nódulo. “Estou contando os dias porque, ainda esse mês, encerro o ciclo de quimioterapias”, comemora a paciente. Nos casos em que a mama precisa ser completamente retirada, a lei garante a realização de cirurgia plástica reparadora pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda que o exame seja feito a cada dois anos em mulheres com idades entre 50 e 69 anos. Abaixo dos 40, a mamografia pode ser indicada para aquelas que possuem suspeitas de alguma síndrome hereditária ou para complementar o diagnóstico de outros nódulos palpáveis. “A campanha do Outubro Rosa é bastante importante, pois muitas vezes as mulheres não prestam atenção em si mesmas durante o ano. É fundamental lembrar que qualquer desconforto é um sinal para procurar o médico”, comenta a paciente.

Apoio emocional

O suporte da família é base essencial para o tratamento. Faz parte dessa caminhada não só cuidar da saúde, mas também das relações. Logo, uma paciente com boa sustentação e amparo familiar, tende a se sentir mais motivada para seguir com o tratamento. A costureira buscou apoio em sua família, enfrentando em conjunto todos os momentos de dor e conquistas. “Receber a notícia da doença não foi nada fácil, tive a sensação de que o mundo iria acabar. O apoio das pessoas queridas foi imprescindível, me deu forças para seguir pensando positivo”, salienta.

A rotina de Cleonice mudou bastante após ser diagnosticada com câncer de mama, pois além dos cuidados intensivos com a saúde, sua mentalidade também se transformou. Conforme os dias foram passando, foi nos simples detalhes do cotidiano em que ela se apegou, construindo uma fortaleza de motivação para continuar vivendo da melhor forma possível. “Quando estamos na correria do dia a dia, não damos valor às pequenas coisas, muito menos lembramos de agradecer. Um simples acordar sem dor ou poder comer o que sente vontade são coisas tão triviais, mas que temos dificuldade de reconhecer a diferença que fazem na nossa vida”, reflete.

Durante sua jornada contra o câncer, Cleonice não chegou a pensar em desistir, apesar dos desafios serem imensos. “Sempre pensei que Deus não me daria uma cruz que não pudesse carregar. Apesar dos momentos difíceis que passei, meu pensamento é de que tudo isso tem data para terminar. Aprendi que somos pequenos demais diante dos questionamentos e situações que a vida nos coloca e mesmo assim somos muito mais fortes do que imaginamos”, conclui.