Buscamos equilíbrio a vida toda e, na gestação, ele é ainda mais importante. É hora de pegar mais leve, se exigir menos, por você e pelo seu bebê. Pesquisas recentes revelam que o que acontece nos primeiros dias e meses de vida deixa uma marca permanente para toda a vida. Isso aumenta a responsabilidade da família e do pediatra a quem cabe orientá-la.

Não vai haver uma fase mais importante do que essa na vida do seu filho. Ao menos no que diz respeito ao desenvolvimento físico e mental. De invisíveis, as duas células que formaram o embrião vão se multiplicar até chegar a cerca de 13 quilos depois de mil dias de existência. E esse período não concentra apenas o maior estirão de crescimento do ser humano. São os anos fundamentais para a prevenção de problemas de saúde, para o desenvolvimento dos sistemas nervoso e imunológico e até para garantir que ele tenha uma boa alimentação quando se tornar adulto.

Sabe-se, por exemplo, que aquilo que a mulher come durante os nove meses ajuda a determinar o paladar e o olfato do bebê – ele sente o sabor pelo líquido amniótico. Já fora do útero, os primeiros dois anos são os mais significativos para o desenvolvimento do cérebro. “Metade do crescimento cerebral da vida inteira ocorre nesse período”, afirma a pediatra, Dra. Ângela Rech Cagol.

O bebê nasce com o cérebro desenvolvido na área sensorial (olfato, tato e audição), mas nesse período passa pelas maiores modificações cognitivas, adquire as habilidades motoras mais amplas (como o andar) e mais finas (como conseguir pegar pequenos objetos).

Os pais têm papel decisivo na forma como a criança ela vai se desenvolver. Eles são o primeiro ‘ambiente’ do filho, explica a pediatra.

Quanto mais estímulos a criança tiver, maior será o número de ligações entre os neurônios, aumentando a capacidade de aprendizado e levando o cérebro a fazer novas conexões. Mais estímulo, porém, não significa alfabetizar seu filho aos 4 anos, por exemplo. O caminho está na simplicidade. Brincar de tinta, jogar bola e ajudá-lo a dar os primeiros passos são maneiras de fazer com que isso aconteça.

Esse mesmo conceito de simplicidade vale para o desenvolvimento de outras áreas consideradas importantes para a saúde da criança nos dois primeiros anos, como a alimentação e o sistema imunológico. Você não precisa se transformar em chef de cozinha nem se preocupar com as mãozinhas que ficam no chão o tempo todo – aliás, uma das dicas para desenvolver a imunidade dele é deixá-lo se sujar.

A pediatria

Mais do que um médico, o pediatra é um parceiro no desenvolvimento da vida da criança. É com ele que os pais contam para se sentirem acolhidos em suas dúvidas e anseios, desde os primeiros momentos da vida de seus filhos. A orientação pediátrica é importante para cuidar da saúde em todos os seus aspectos: alimentação, comportamento, doenças e, sobretudo, prevenção. Por isso, as consultas servem para identificar quais os riscos que a criança poderá ter e tratar eventuais problemas desde cedo. E é certo que o vínculo criado entre os pais e o especialista torna-se primordial durante toda fase da infância e, portanto, é fundamental que ele se baseie em valores como o respeito, a confiança e a transparência. Além disso, a Dra. Justifica a importância do atendimento humanizado.

“Inicialmente, a sala de espera deve ser descontraída, com uma decoração atraente e contendo uma aproximação com o paciente. E, o médico precisa escutar e compreender, é necessário que haja empatia, esse é o fato fundamental, tanto para os pais, como para a criança”, salienta Dra. Ângela.

Ela complementa afirmando, “o pediatra não é só um curador de doenças da criança, mas um cuidador da pessoa humana que inclui a criança e sua família”.

A programação metabólica

Muitas mulheres se preocupam exageradamente com o fato de engordar no período da gestação. Mas um adequado ganho de peso durante a gravidez é fundamental e necessário para a saúde do bebê e da mãe. A natureza é sábia. Cada quilo de peso ganho já tem o seu destino certo. Inclusive a gordura acumulada tem uma função: ela servirá de fonte de energia para produzir leite durante a fase de amamentação.

Se você ganhar peso através de uma alimentação saudável e rica em vitaminas e minerais, você estará formando reservas importantes e nutrindo seu filho, não apenas “engordando”.

Dra. Ângela reforça, “uma boa alimentação neste período tem impacto em toda a vida dos filhos. Alimentar-se de forma consciente e responsável é um dos primeiros atos de amor que uma mãe pode dedicar ao seu filho”.

Depois do nascimento a alimentação continua sendo o ponto principal. O aleitamento materno é a alimentação mais importante para a criança. Aos poucos a mãe deve acrescentar o suplemento de vitamina D, e assim de mês em mês a alimentação deve ir se tornando mais rica em ferro, minerais, zinco, cálcio, entre outros.

O acompanhamento médico até a criança completar um ano é fundamental. O pediatra, em seu consultório, irá avaliar o crescimento e desenvolvimento.

Assim, Dra Ângela explica que o pediatra deve acompanhar e vigiar o crescimento de seu paciente, analisando em cada encontro mensal, a dieta alimentar, a ausência de evidências de doença, se a criança estiver ativa, realizar exame físico normal e monitoração do crescimento (processo sequencial de medidas para o diagnóstico de crescimento físico com vistas a promover a saúde, sendo considerado importante o aumento mensal e regular do peso).

Confira também as vacinas necessárias:

Ao nascer
BCG-ID

2 meses
Vacina Pentavalente (DTP + Hib + HB)

3 meses
Vacina Meningocócica C (conjugada)

4 meses
Vacina Pentavalente (DTP + Hib + HB)

5 meses
Vacina Meningocócica C (conjugada)

6 meses
Vacina Pentavalente (DTP + Hib + HB)

9 meses
Febre amarela

12 meses
Vacina Tríplice Viral (SRC)

4 anos
Vacina Tríplice Bacteriana (DTP)