Quando os italianos chegaram ao Rio Grande do Sul, a província era bem melhor que a encontrada pelos açorianos e pelos alemães. O ciclo de guerras, Cisplatina, dos Farrapos e do Paraguai, havia sido superado e a economia regional estava em desenvolvimento. As primeiras colônias, as de Donas Isabel e de Conde d’Eu (Bento Gonçalves e Garibaldi), foram constituídas em 1870, mesmo que a ocupação da área tenha sido lenta e muito penosa.

Os colonos italianos receberam áreas de terras menores, situadas em terreno íngreme da serra. Além disso, não receberam a ajuda financeira, de alimentos e de equipamentos e de insumos agrícolas que lhes tinham sido prometidos. Não era possível iniciar imediatamente o plantio, pois, era preciso desmatar os lotes. Em consequência, a fome e as doenças se agravavam entre os imigrantes que muitas vezes se alimentavam apenas de pássaros e pinhões. As dificuldades eram tantas que, em 1874, somente 74 pessoas viviam nos lotes de Conde d’Eu e Dona Isabel.

O recrutamento e a instalação foram feitos por empresas privadas, que se comprometeram a colonizar a região com 40 mil pessoas num prazo de dez anos, mas era promovida, pelo Governo Imperial, que direcionou o fluxo de imigrantes para duas províncias – São Paulo e Rio Grande do Sul, com objetivos diferentes. Em São Paulo, aumentar a mão-de-obra rural e cultivo de café, enquanto no Sul era colonizar e elevar a produção agrícola. Em ambos os casos, tratava-se de demonstrar a superioridade do trabalho livre sobre o escravo, no momento em que o fim da escravidão já era previsível.

No entanto, ao longo dos três primeiros anos, somente 3.856 imigrantes chegaram ao Rio Grande do Sul em levas decrescentes. Um dos motivos apontados, pelos historiadores, para o insucesso da iniciativa é que outras províncias ofereciam melhores condições aos organizadores da imigração, absorvendo assim os imigrantes.

Embora a colonização italiana tenha ocorrido a partir de 1872, a data oficial é 1875, ano em que a responsabilidade pela colonização passou da Província para Império. Reorganizada a colonização italiana, ela se desenvolveu no final do século XIX (19) e até o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Em consequência, entre 1875 e 1914, chegaram ao Rio Grande do Sul de 80 a 100 mil italianos.

Ainda em 1875, foi criada a Colônia Caxias e, em 1877, a de Silveira Martins, próxima a Santa Maria. Na década seguinte, outras colônias foram estabelecidas em diferentes regiões da Província, entre as quais Alfredo Chaves (1884), São Marcos e Antônio Prado (1885), Jaguari (1889), Ernesto Alves (1890) e Marquês do Herval (1891).

Os italianos eram originários do Vêneto, embora também lombardos, trentinos, friulianos e outras regiões da Itália.