Os primeiros europeus a se estabelecerem no Rio Grande do Sul foram os jesuítas. A partir de 1619 na hoje denominada Região Missioneira, fundaram a República teocrática dos índios guaranis. Em meados do século XVIII começaram a fixar-se os colonos portugueses, que ocuparam a região da Campanha, ou seja, as fronteiras com os castelhanos.
Em 1824, chegaram os alemães e tomaram posse das terras planas existentes nas férteis bacias dos rios: dos sinos ( = rio com curvas, sinuoso), Caí ( = rio que vem do mato) Taquari ( = rio das taquaras) e Rio Pardo ( = pela cor de suas águas), Restava ocupar a encosta superior da serra, região montanhosa, cheia de pedras e de terras pouco fecundas; era a sobra, a rapa, que ficou com os imigrantes italianos. Mas…não esqueçamos: a maioria deles eram VÊNETOS, gente desbravadora, de lutar e vencer sempre pelo TRABALHO. E de mais uma vez cantarem vitória pelo esforço.
O governo Provincial (Estadual) não se interessou colonizar esta vasta gleba de uns 87 mil Km², adiantou-se o poder Imperial, mandou vir agricultores do norte da Itália. Para eles aqui no estado, em 1875, preparou quatro colônias: (1) Conde D’Eu, (2) Dona Isabel, nomes do genro e da filha do imperador Dom Pedro II. No mesmo ano criou uma terceira, no chamado (3) fundos de nova Palmira, depois Campo dos Bugres, Sede de Dante e por fim, Caxias. (4) Silveira Martins.
Em 1879, para restingir a vinda de mais imigrantes, o Imperador deixou de pagar a viagem transoceânica, mas só no Rio de Janeiro ou Santos para qualquer ponto do País; igualmente suspendeu a doação de terras, mas passou a vendê-las a prazo e em prestações.
A viagem era muito confusa e cheia de peripécias. As bagagens separada dos donos, as listas nominais, que tem que acompanhar as expedições, só foram feitas no momento do embarque e até por pessoa estranha ao serviço, ficando os imigrantes durante horas, no cais da cidade, exposto a um sol ardente. Pode-se calcular o que sofreram as primeiras levas de imigrantes ao aportarem no Rio Grande do Sul, pela circular que o Ministério do Interior da Itália sentiu-se obrigado a enviar, onde dizia: “Sobre a situação da imigração no Rio Grande do Sul , chegaram relatórios oficiais, nos quais estão contidas particularidades verdadeiramente dilacerante e tais que obrigam a autoridade a adotar todas as medidas possíveis, com a finalidade de iludir, ainda o projeto de dirigir-se para a América, por promessas de especuladores.”
“Os imigrantes são colocados em barracões cobertos de zinco, outrora depósito de objetos navais, com uma alimentação deficiente e o incômodo de mil insetos nojentos.”
“Reduzida ao desespero aquela pobre gente, assim se lê no relatório.”
– OS PRIMEIROS IMIGRANTES CHEGARAM EM DONA ISABEL NO DIA 24 DE DEZEMBRO DE 1875.