O ano de 2017 encerrou com uma marca negativa: foram 34 assassinatos registrados ao longo do ano. Com o número, a Capital do Vinho vivenciou o ano mais violento da sua história. Para efeito de comparação, foram 26 crimes registrados em 2016. O aumento foi de mais de 30% no comparativo da escalada da violência.

Mas quantos desses crimes foram solucionados pelas autoridades? O Semanário procurou as Delegacias de Polícia Civil de Bento Gonçalves para verificar quantos inquéritos foram remetidos ao Poder Judiciário e constatou que, dos 34 crimes, oito inquéritos foram concluídos. Isso representa um total de 23% em relação ao número de assassinatos no município.

Apesar de o número parecer baixo, está acima da média nacional de casos de homicídios elucidados. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Sou da Paz, intitulada “Onde Mora a Impunidade”, apenas 6% dos casos no país são resolvidos. Para efeito de comparação, os números de Reino Unido, França e Estados Unidos são de 90, 80 e 65%, respectivamente. Os dados são de 2011.

A divisão dos homicídios para as investigações ocorre conforme a área da cidade em que o crime é registrado. As investigações dos casos ficam, portanto, divididas entre as duas DPs de Bento Gonçalves.

Dos 18 casos sob responsabilidade da 1ª Delegacia de Polícia, quatro já foram elucidados pelas autoridades. Conforme a delegada titular, Maria Isabel Zerman, um dos inquéritos foi remetido com dois indiciados. Já outros dois estão em fase de conclusão e devem ser encaminhados ao Poder Judiciário em breve, com um indiciamento cada. Por fim, um inquérito será concluído sem indiciamento. Já os outros 14 seguem sob investigação.

Já na 2ª Delegacia de Polícia, sob responsabilidade do delegado Alvaro Pacheco Becker, estão os outros 16 casos. Conforme as informações da DP, quatro inquéritos já foram remetidos ao Poder Judiciário. Os outros 12 seguem sob investigação.

Dos casos em investigação, ainda estão sendo feitos trabalhos por parte da Polícia Civil. Isso inclui oitivas de testemunhas, além de outros resultados que competem ao Instituto Geral de Perícias (IGP), como resultados de perícias e confrontos balísticos.

Número era semelhante em 2016

Na última vez em que o Semanário fez o levantamento acerca das investigações de crimes violentos, os números eram semelhantes aos encontrados pela reportagem agora. Em setembro de 2016, dos 21 casos ocorridos até aquele momento ao longo do ano, sete foram elucidados.

Na ocasião, a última morte registrada havia sido a de Maurício Miranda da Silva, 15 anos, no mês de setembro. O primeiro homicídio do ano, ocorrido em 13 de janeiro, havia sido solucionado. Na ocasião, o autor do crime, que vitimou Jéferson Gomes Donatto, de 32 anos, estava preso.

A morte de Douglas de Souza da Silva, em 4 de fevereiro, já conta com um enquadrado. O assassinato de Marciano Sebben, em 8 de fevereiro, teve dois enquadrados e dois indiciados pelo crime. O homicídio de Cris Daiam Xavier da Costa, em 10 de abril, também já teve dois indiciados. Já a morte de Juliano Alves Serpa, em 7 de maio, foi elucidada pela Polícia Civil.