Hoje quero debater com você uma questão importante para a avaliação do cenário econômico de um país, especialmente quando o assunto é emprego.
Todos os países, normalmente, calculam a taxa de desemprego medindo as pessoas que, em idade de trabalho, não estão trabalhando. Todos sempre chamam esse cálculo como TAXA DE DESEMPREGO.
No Brasil, isso também é feito dessa forma, ou seja, medem quantas pessoas em idade de poder trabalhar não estão ocupadas em empregos formais.
Em Março desse ano, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,1%, MENOR TAXA DESDE 2016. Isso é muito bom.
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Taxa de desemprego dos últimos 10 anos
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DESEMPREGO NESSA CIDADE OU PAÍS?
Ou seja, se Bento Gonçalves tiver 2.000 pessoas sem trabalhar mas 2.500 vagas de trabalho nas empresas, existiria desemprego?
Aí está meu paradoxo do desemprego: devemos medir as pessoas desocupadas ou deveríamos medir as pessoas desocupadas menos as vagas de trabalho que estão sendo oferecidas?
Para mim, o mais certo seria medir o desemprego utilizando-se a segunda opção, ou seja, pessoas sem emprego menos as vagas de trabalho oferecidas. Essa sim seria a taxa de desemprego. E criaria um novo índice e o chamaria de TAXA DE OCIOSIDADE com a fórmula atual pois uma cidade de ou país gera postos de trabalho para a população mas essa, por vários motivos, não consegue preencher esses postos, não seria certo dizer que há desemprego.
Nesse exemplo acima, a cidade teria pleno emprego se as pessoas estivessem habilitadas para preencher as vagas ( 2.000 desempregados mas 2.500 vagas de emprego). Não seria certo dizer que há desemprego quando o que falta são pessoas que consigam preencher os postos de trabalho sendo oferecidos.
Esse é o PARADOXO DO DESEMPREGO.
Como coordenador do observatório de economia do CIC ( OECON ) vou sugerir que se crie esse índice pelo menos aqui em nossa cidade.
Pensemos nisso e sucesso.