Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul ( BRICS ). 5 forças?

Em 2001 estes países estavam crescendo economicamente e tinham a possibilidade de continuar a crescer muito e foi por isto que foram reunidos como a “salvação do mundo” pelas possibilidades de crescimento de suas economias. Estados Unidos e muitos países da Europa já estavam enfrentando dificuldades em seus mercados internos e o surgimento de economias robustas fora desse eixo parecia próspero e importante para o mundo.

Este cenário até que foi verdadeiro até então mas atrevo-me a fazer uma previsão de que os alicerces destas economias estão ruindo e, portanto, seria o fim do grupo BRICS.

A China continua crescendo a taxas de 7-8% ao ano e parece ter continuidade e solidez para continuar assim por mais alguns anos. Não muitos, mas pode continuar a ter um papel decisivo no mundo moderno. Para o bem ou para o mal. A Índia até que consegue também crescer a estas taxas mas a população é muito pobre e o nível de industrialização também é menor quando comparada com a China, por exemplo.

A Rússia está centrada no poder antigo, na guerra fria, e na posição política que ocupa no cenário mundial. O sistema comunista-socialista soviético ainda está de pé mas a duras penas. A África do Sul ainda tem parcela bem menor no contexto econômico mundial ( 28º. PIB do mundo somente) e, portanto, não consegue influenciar tanto os destinos internacionais.

Chegamos no Brasil. Tudo o que se esperava deste nosso país há 10 anos atrás está desmoronando, com desemprego em alta, recessão, alta de juros, inflação e baixo crescimento. Porém, já se sabia que quase todas as política econômicas adotadas nos últimos 4 anos, para ser mais preciso, estavam sendo equivocadas. E dissemos isto na época, não somente agora. Tudo ruiu no Brasil muito rapidamente. Em 4 anos se destruiu quase tudo que se construiu com muito esforço nos governos FHC e Lula.

Chego à conclusão que os BRICS faliram naquela essência que seriam a “salvação do mundo”. Sabe porquê? Simplesmente porque 4 deles são países muito instáveis ( exceção à China ), onde há uma população enorme que ganha baixos salários e não conseguem crescer sustentavelmente e são mais concorrentes do que parceiros. Os políticos são muito mais populistas do que interessados em planejar para que, no médio prazo, os países se sustentem num ritmo de crescimento positivo.

Portanto, antes que outros o façam, quero afirmar aqui o fim do BRICS. Não estou falando dos países em si, mas da falência deste grupo como líderes internacionais. As reuniões do grupo vão continuar acontecendo, e isto é bom, mas não há como estes países tomarem as rédeas da economia mundial. Não há como. Os Estados Unidos e a Europa, junto com Japão e China representam quase 70% do consumo e comércios mundiais. E vão continuar tendo esta participação. Os outros países, infelizmente, serão países periféricos, relegados a consumidores de produtos tecnológicos dos países líderes ou produtores de produtos primários. Poucos conseguirão ser erguidos à condição de potência mundial.

Bem, e a tartaruga? É o Brasil de hoje. Lento e que se esconde dentro do casco quando sente perigo. Podemos mudar isto mas temos que começar tendo líderes globais, não somente locais e governos mais preocupados com o país e todo seu povo do que com o poder.

Pense nisso e sucesso.