O autor é conhecido pela triologia literária ‘O Quatrilho’, ‘A Cocanha’ e ‘A Babilônia’, ambos romances contextualizados durante a imigração italiana na Serra Gaúcha

Morreu nesta segunda-feira, 25, aos 86 anos, José Clemente Pozenato, um dos mais renomados escritores da literatura brasileira. O falecimento foi confirmado por familiares do autor. Ele estava hospitalizado no Hospital da Unimed para realizar um procedimento cardíaco e faleceu após complicações.

Nota postada nas redes sociais da editora do escritor:

É com imensa tristeza que comunicamos o falecimento de nosso querido José Clemente Pozenato. Hoje é a página mais triste dessa grande história. Hoje, nos despedimos do afetuoso marido, pai, sogro e avô. Hoje, damos adeus ao professor, escritor, poeta e entusiasta da literatura, que tanto contribuiu para com a cultura de nossa região. Seu legado único e as tantas alegres memórias que deixa, viverão eternamente em nossos corações.

Com amor, de sua esposa, filhas, genros e netos.

Natural de São Francisco de Paula (RS), Pozenato viveu a maior parte de sua vida em Caxias do Sul, onde atuou como professor titular na UCS, e foi agraciado com o título de Cidadão Caxiense em 1991, concedido pela Câmara de Vereadores.

Sua principal obra literária é O Quatrilho (1985), romance habitado na Serra Gaúcha durante os primeiros anos da imigração italiana, e que conta a história de dois diferentes casais. O livro consagrou-se como um dos mais lidos e debatidos em palestras e salas de aula pelo Brasil. Em 1995, ganhou uma adaptação para os cinemas, dirigida por Fábio Barreto, que no ano seguinte, foi indicada ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Até hoje, é uma das únicas produções brasileiras a receber tal indicação, ao lado de O Pagador de Promessas (1962) e O Que é Isso, Companheiro (1997)?

Germano Schüür, Glória Pires, Patrícia Pillar e José Clemente Pozenato, em Los Angeles, 1996, às vésperas da cerimônia do Óscar

Além de O Quatrilho, Pozenatto coleciona outras notáveis obras: O Caso do Martelo (1985), A Cocanha (2000) e A Babilônia (2005). Deixa um enorme legado para a literatura brasileira, em especial na Serra Gaúcha, sempre valorizando a cultura local moldada pela imigração italiana.

O velório acontece na terça-feira, 26, a partir das 8h, na sala A do Memorial São José. O sepultamento será às 16h, no Cemitério Público Municipal.

Imagem da capa: UCS Play / reprodução