Em Bento, seminovos são muito buscados
O mercado de veículos no Rio Grande do Sul apresentou números expressivos em janeiro de 2025, consolidando o melhor resultado para o mês desde 2019, quando foram emplacadas 16.121 unidades. No total, foram registrados 14.857 emplacamentos, um crescimento de 16,75% em relação a janeiro de 2024, que contabilizou 12.726 unidades. “Comparando a janeiro de 2024 o crescimento foi de 16,75% no RS e no Brasil foi de 5,87% positivo. Um índice importante para o estado, pois, na nossa história, tradicionalmente, o desempenho do RS é pior que o nacional”, comenta Jefferson Fürstenau, presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv) e da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores do Rio Grande do Sul (Fenabrave-RS).
Destaques por segmento
O segmento de automóveis e comerciais leves apresentou crescimento de 16,09% em janeiro de 2025 comparado ao mesmo período de 2024. Foram emplacados 9.241 veículos (7.170 automóveis e 2.071 comerciais leves), reforçando a recuperação deste mercado. O número de autos emplacados no mês de janeiro eleva o RS a 4ª colocação no ranking de emplacamento dos estados. Em se tratando de comerciais leves o estado ocupa em janeiro a 5ª colocação no ranking nacional.
O segmento de caminhões destacou-se com um crescimento de 24,81%, passando de 665 unidades em janeiro de 2024 para 830 unidades em janeiro de 2025. O resultado reflete a continuidade dos investimentos no transporte de cargas e na necessária renovação de frotas.
Em 2023, os caminhões começaram a utilizar a nova tecnologia Proconve P8 (Euro 6) e na época houve uma antecipação de compra em função do aumento significativo do caminhão com as exigências das novas tecnologias. Também contribuiu com o avanço das vendas a prorrogação do benefício de ICMS do Ativo Imobilizado em decorrência da enchente de maio. As vendas de janeiro destacaram o segmento de caminhões no RS na 5ª colocação no ranking de emplacamentos dos estados.
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O segmento de ônibus registrou um expressivo aumento de 123,64%, saltando de 55 unidades emplacadas em janeiro de 2024 para 123 unidades no mesmo período de 2025. Este desempenho reflete o aquecimento de demandas por transporte público e fretamento.
Com um crescimento de 5,25%, as vendas de motocicletas subiram de 2.840 unidades em janeiro de 2024 para 2.989 em janeiro de 2025.
Este segmento segue em alta devido à procura crescente por veículos econômicos e ágeis para transporte urbano.
O segmento de implementos rodoviários apresentou um crescimento de 50,56%, com 670 unidades emplacadas em janeiro de 2025 frente a 445 no mesmo período de 2024. A alta está associada ao aumento na movimentação de cargas e períodos de safra de milhos, cevada e canola no RS.
Contexto e perspectivas
O desempenho positivo em todos os segmentos consolida janeiro de 2025 como um marco na recuperação do mercado de veículos no Rio Grande do Sul. Apesar do início de ano promissor, as expectativas para 2025 são otimistas mas não surpreendentes, a entidade acredita em um crescimento mais tímido, porém sustentável no estado. “Esperamos no RS um crescimento entre 5,5% a 6% para automóveis e comerciais leves, 6% para caminhões e ônibus, mesmo tendo um volume pequeno. Já motocicletas o crescimento esperado gira entre 9% e 11% e implementos rodoviários entre 4% e 5%”, afirma Fürstenau.
Mercado de usados em Bento
Roni Emerson Lazzari, sócio proprietário de uma revendedora de veículos de Bento Gonçalves, destaca que na sua empresa as vendas se manteram estáveis. “2024 foi um ano ótimo. Temos vários veículos com procedência e revisados. Veículos de qualidade, que fez com que se mantesse um bom número mensal de vendas. Minha média no mês é de 50 veículos vendidos”, comenta.
Segundo ele, os veículos mais procurados são na faixa de R$ 30 a R$ 50 mil. “Existem alguns veículos que são bem procurados. Os mesmos eu busco em Brasília, pois lá tem muitos veículos e com laudo cautelar”, revela.
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Lazzari ressalta que com a elevação do valor dos carros novos aumentou a venda dos usados. “O novo subiu demais após a pandemia, fazendo os clientes procurarem veículos de menor valor, para ficar mais em conta no seu orçamento. Hoje temos vários veículos semi novos com histórico de qualidade e com valores atraentes, fazendo o cliente buscar o usado”, salienta.
Cada vez mais revendas de usados vão para outros estados à procura de veículos para revender. “Não tenho dificuldade em repor o estoque, pois tenho parceria boa com diversas concessionárias locais e de outras cidades. Consigo abastecer meu estoque de maneira tranquila”, frisa Lazarri.
O proprietário de revendedora afirma que em 2024 não ouve recuada por parte dos clientes. “O mercado do usado foi aquecido. No entanto, vejo no mercado para 2025 uma recuada, pois as taxas de juros estão altíssimas. O bom é não financiar, pagar à vista”, finaliza.
Comprar um carro 0 km ou seminovo?
Na hora de adquirir um veículo, muitos consumidores se deparam com a dúvida: optar por um carro 0 km ou um seminovo? Com o aumento nos preços dos automóveis nos últimos anos e a instabilidade econômica, essa decisão exige uma análise criteriosa de vários fatores, como custo-benefício, desvalorização, manutenção e condições de financiamento.
O primeiro ponto a ser considerado é o preço inicial. Um carro 0 km tende a ter um valor mais elevado, acompanhado de taxas e impostos específicos, como o emplacamento e o IPVA integral. Além disso, a desvalorização é mais acentuada nos primeiros anos de uso: estima-se que um veículo novo possa perder até 20% do seu valor no primeiro ano.
Por outro lado, um carro seminovo já sofreu essa desvalorização inicial, tornando-se uma opção mais econômica. Veículos com até três anos de uso podem oferecer um bom equilíbrio entre preço acessível e boas condições de conservação.
Carros 0 km contam com a vantagem da garantia de fábrica, que costuma variar entre três a cinco anos, cobrindo defeitos de fabricação e reduzindo gastos inesperados. Além disso, a necessidade de manutenção é menor nos primeiros anos.
Já os seminovos podem exigir mais atenção quanto ao histórico de manutenções anteriores e eventuais substituições de peças. Porém, modelos mais recentes ainda podem estar dentro do período de garantia, especialmente se adquiridos em concessionárias autorizadas.