A variação de preço entre um medicamento genérico e um medicamento registro pode chegar até 500% nas farmácias de Bento Gonçalves. Este é o caso do Nimesulida, que custa R$ 45,90 enquanto seu equivalente genérico fica por R$ 9,90. Os consumidores ouvidos pelo Semanário, no entanto, optam por comprar remédios de acordo com a receita dos médicos, independentemente do preço praticado pelas farmácias e do fato de o remédio receitado ser ou não genérico. 

De acordo com a farmacêutica Gilda Leão, proprietária de uma farmácia em Bento Gonçalves, os medicamentos genéricos são tão confiáveis quanto os medicamentos de registro, visto que apresentam pouquíssima variação na fórmula. “São feitos testes de bioequivalência e biodisponibilidade. Na maioria das vezes eles são idênticos”, aponta. 

Ela ainda afirma que seus clientes tem chegado à farmácia com a receita do medicamento genérico, porque os médicos passaram a utilizá-los mais. “O receio das pessoas é pela insegurança que os médicos passam e tem outros que não utilizam pelo fator psicológico”, afirma. 

 

Mercado dos genéricos cresce

De acordo com dados da Associação Brasileira de Medicamentos Genéricos, no primeiro semestre de 2016, a venda dos remedios que se enquadram na categoria cresceu 14,30% em relação ao mesmo período no ano passado. Foram comercializados 534,6 milhões de medicamentos contra 467,7 milhões no mesmo período em 2015. 

A venda representava, no ano passado, 27,7% da participação do mercado. No primeiro semestre de 2016, já equivalia a mais de 30%. Para a Associação, o avanço do segmento em participação de mercado é um indicador de que a substituição de produtos de marca pelos genéricos vem ocorrendo com intensidade. A indústria  dos genéricos registrou uma movimentação de R$24,1 bilhões neste ano, contra R$21,5 bilhões em 2015.

 

Medicamentos mais caros

Gilda argumenta que percebe pouca diferença entre o preço dos medicamentos registro e genérico, apesar de ainda existir. “Uma vez os medicamentos eram mais baratos devido a carga tributária”, observa.

Porém uma pesquisa realizada pelo Semanário demonstra que o preço de alguns remédios varia até 500%, como o Nimesulida, que mantém a mesma fórmula e a mesma quantidade na composição, mas apresenta uma diferença relevante no preço. Outro exemplo é o Novalgina, que custa R$ 3 o genérico enquanto o registro fica por R$ 17. O Sinvastatina tem o preço de R$ 27,90 e seu equivalente registrado ultrapassa R$ 60.

Mesmo assim, os consumidores continuam a optar pelos medicamentos de registro. Adriano Bottega, de 49 anos, conta que sofreu com problemas de saúde graves e depende diariamente de remédios para enxaqueca. No entanto opta sempre por manter, literalmente, o medicamento receitado pelo seu médico. “Compro de acordo com a receita”, comenta Bottega. 

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