A estrada carroçável ao longo do travessão da Linha Palmeiro, por muitos anos, era a única via de acesso e de comunicação entre os dois polos principais de colonização italiana na época: Caxias e Bento. Daí surgimento de profissões e atividades econômicas ao longo desta estrada, conforme já foi apresentada na lista dos impostos cobrados em 1915 e 1924.

A terra era fértil, mais ou menos plana e coberta de imensos pinheiros ou araucárias, proporcionando a exploração da madeira através de serrarias a vapor localizadas em vários lotes rurais. Esta atividade foi tão intensa e descontrolada, que ocasionou, praticamente, o extermínio desta floresta típica do Sul do Brasil. Alguns pinheiros ainda são vistos aqui e acolá, preservados carinhosamente pelos seus proprietários como uma lembrança de seus antepassados.

Podem-se destacar as seguintes atividades comerciais e pequenas indústrias, que no decorrer dos anos estabeleceram-se ao longo da estrada da Linha Palmeiro. Armazéns de 1ª, 2ª e 3ª classes. Aqueles que vendiam, além dos produtos alimentícios de primeira necessidade, roupas, calçados, inclusive tamancos, bebidas, ferramentas agrícolas, eram considerados armazéns ou negócios de Primeira Classe.

Ferrarias, com ou sem malho, onde eram fabricados instrumentos agrícolas, como enxadas, foices, arados, facões, rodas de carretas, machados etc. também fabricavam panelas de ferro, facas de cozinha, correntes, freios animal e ferraduras.

Casas de pasto, em termos gerais, podem ser comparadas aos postos de gasolina nos dias de hoje. Nestas chamadas casas de pasto, não somente eram abastecidos os animais que puxavam carretas, mas serviam de pouso e forneciam alimentos para seus carroceiros e outros transeuntes. Estes, ao longo da estrada carroçável que cortava o território da Linha Palmeiro de Leste para o Oeste, eram de extrema necessidade, por ser este caminho a principal via pública que estabelecia acesso entre dois polos urbanos da região: Caxias do Sul e Bento Gonçalves.

Existiam companhias de carroceiros que faziam fretes para levar as mercadorias a Caxias ou Bento. Para isto, todas as carroças eram registradas e deviam portar a placa para transitar pela estrada carroçável fora de sua propriedade, pois era considerada via pública; caso contrário, o proprietário era obrigado a pagar uma multa, além de uma quantia de imposto anual sobre o mesmo veículo. O imposto variava entre uma carreta grande e uma pequena.

Em 1915, existia na Linha Palmeiro, três Casas de Pasto: Uma no lote 24, de propriedade de Angelo Spolti; outra no lote 138, de Vittório Meneghel e a terceira no lote 140 de Ventura Bertuol, com o nome de Hotel. Em 1924, passou a ser registrada de CASA DA PENSÃO E DA COMIDA.