O Parlamento do Irã aprovou neste domingo (22) uma resolução para o fechamento do Estreito de Ormuz, a principal rota marítima de exportação de petróleo do mundo. A medida, que ainda depende do aval do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, é uma resposta direta aos bombardeios dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas no sábado (21).
Por Ormuz passam diariamente mais de 20 milhões de barris de petróleo, o que representa cerca de 27% do comércio marítimo mundial da commodity e quase um quarto do fornecimento global. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o valor movimentado na rota chega a US$ 1,5 bilhão por dia. Países como Japão, Coreia do Sul, China e nações europeias dependem fortemente dessa passagem para garantir o abastecimento energético.
A ameaça de bloqueio elevou a tensão nos mercados internacionais. Nos últimos dias, o barril do Brent atingiu o maior patamar dos últimos cinco meses, sendo negociado próximo aos US$ 80. Especialistas alertam que, caso a medida seja efetivada, o preço pode superar os US$ 100, impactando cadeias produtivas em escala global e aumentando a pressão inflacionária em diversos países.
Apesar da retórica dura de Teerã, o mercado de petróleo apresentou queda nesta segunda-feira (16), após registrar alta na sexta-feira anterior. A oscilação reflete a incerteza entre os traders, que ainda apostam na continuidade do fluxo pelo estreito, mesmo com a escalada das tensões entre Irã, Israel e Estados Unidos.
Fonte: InfoMoney
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