Amanhã, 15/03/15. Será um dia qualquer ou será um dia daqueles? Qual é a força das ruas no Brasil?
Tenho escutado um debate crescente nos últimos dias sobre a legalidade dos atos de impeachment. Alguns juristas defendendo que sim, outros que não há esta base jurídica, atualmente, pois não haveria crime de responsabilidade a ser atribuído à Presidente neste mandato.
Esquecem-se quase todos que o impeachment não é um ato jurídico, em minha opinião. É um ato político. Ainda mais no Brasil que, não raras vezes, encontram-se regras legais quando se quer encontrá-las. Quando não se quer, não se encontram. Principalmente quando quem está em xeque são políticos.
O Financial Times, um dos mais influentes jornais do mundo, da Inglaterra, há alguns dias atrás, listou 10 motivos que poderiam favorecer o impeachment da Presidente. Seriam eles:
1. Perda de apoio no Congresso
2. Escândalo da Petrobras
3. Queda na confiança do consumidor
4. Aumento da inflação
5. Aumento do desemprego
6. Queda na confiança do investidor
7. Déficit orçamentário
8. Problemas econômicos no geral
9. Falta d’água
10. Possíveis apagões elétricos
Esta é uma publicação lá de fora, eles não vivem a realidade daqui e o autor do artigo, por mais conhecimento que tenha, não convive com as situações cotidianas que aqui acontecem. Mas, estão aí alguns motivos segundo o jornal.
Eu sou mais pontual, listo na verdade somente 3:
1. Perda de apoio no Congresso;
2. A força das ruas;
3. Se a Globo quiser.
Não vejo nada mais do que estas três situações.
Como o impeachment poderia ser entendido como um ato político mais que jurídico, a perda de apoio no Congresso realmente teria sérios impactos na manutenção da situação atual como está. Esta perda de apoio poderia ser por causa da operação lava-jato da Petrobras, ou por equipe de ministros muito fraca, ou por dificuldades em dar e receber apoios, ou por atuação do STF contra poderosos de plantão, ou pela inflação. Não acredito que isto vá ocorrer. Além do mais, os governos são pródigos em fazer alianças do dia para a noite.
A força das ruas tem poder dependendo do momento, do tamanho, do foco específico, da continuidade futura e como isto será divulgado pelas mídias mais fortes. Lembro-me de 2 grandes movimentos das ruas: o das diretas já, na década de 80 para elegermos por voto direto o presidente do país; e o dos protestos das ruas em 2013. O primeiro tinha objetivo específico, ajudou mas não conseguiu seu intento. O de 2013 nem nome tem, imagina se iria ter sucesso. Não teve a não ser por “acordar” os governantes. Isto dependerá, portanto, de amanhã e da extensão que isto terá no futuro.
A força da Globo ninguém, de sã consciência, subestima. Não preciso comentar nada sobre isto. Você decide se estou certo ou não.
Não vejo nenhum dos 3 motivos, isoladamente, terem capacidade suficiente para alavancar um processo de impeachment. Dois juntos já podem fazer um estrago enorme.
Vai acontecer o Impeachment? Não acredito. Por enquanto, pelo menos.
Ah, ia me esquecendo de falar do circo. Preciso falar algo sobre circo? O que vem na sua cabeça quando falamos em circo?
Será que somos a plateia do circo? Ou o leão? O elefante, talvez? O domador com certeza o povo não é. Será? Veremos. O futuro do país está sendo escrito.
Pense nisso e sucesso.