Se você nasceu entre os anos 80 e 95 você é a incrível geração dos millennials, cuja internet não para de falar sobre, recentemente.

Você faz parte do grupo que se desenvolveu em uma época em que a economia prosperava e a tecnologia dava o seu “boom”. Você faz parte do primeiro clã que nasceu em meio a uma das maiores revoluções históricas, que é a Internet. Mas, além disso, você cresceu na rua, olhando nos olhos ao invés de encarar as telas; bebendo refri de garrafa em meio às festinhas de aniversário com os amigos do bairro ou colegas cuja temática variava de Spice Girls a Power Rangers com doces enrolados pelas mãos da mãe das latinhas do mercadinho da esquina. Você viajava de Uno ou de Fusca ou de Gol bolinha (ou de Chevette, Opala, Del Rey) para ostentar em Arroio do Sal, Tramandaí ou Cidreira; muitos foram criados em casa com a vó ou a mãe que era do lar. Você passou pela moda do heavy metal e a da banda Rouge; usou calça de recorte de jornal e saia plissada com meia colorida, leu Manuel Bandeira e, na escola, bateu foto na biblioteca com a bandeira do Brasil ao fundo. Você tomava sacolé no verão e comia Biluzitos.

Sabe o que é um walkman e o que foi o Woodstock. Viu Cássia Eller cantar, Mamonas Assassinas causar e Airton Senna correr. Bebe café e gosta de pessoas. Você faltava aula pra jogar bola (e seus pais não culpavam a escola por isso), depois comprava bala de Coca no bar da escola e usava Freedom Fog. Muito provavelmente você apanhou dos pais e aprendeu da forma mais dura o certo e o errado. Dirigiu sem carteira. Brincou de bolita, cinco Marias, caçador, esconde-esconde, Truco, Bisca. Andou muito a pé.

Trabalhou desde cedo. A maioria estudou em escola pública estadual. Você é a geração que não troca uma festa entre amigos por jogos on-line. Não troca o sol do verão ao ar livre para danças e coreografias no Tik Tok. Não troca as curtidas em forma de sorrisos pelos likes virtuais. Você foi influencer da geração seguinte no trabalho. Bem provável que tenha estudado mais que seus pais e que tenha aprendido a se virar. Você que conhece os Jogos de Primavera e as escolhas da Rainha das escolas, hoje é chamado de cringe, depois de um debate em uma rede social que você, possivelmente, nem usa. Mas cringe ou vergonhoso é não ter essência, é querer competir e derrubar os outros (incluindo as demais gerações), é não ter palavra, não ter atitude e personalidade. O “cafona” é se achar revolucionário sem limpar o seu próprio quarto. É “brega” ser um humano ruim, que age pouco e fala muito. O “out” é olhar só pra “in” e não “around”. E, assim, que fique claro: eu não me troco por nenhuma outra geração, porque ser “cringe”, nesse caso, é elogio!

A gente foi criado pela TV Colosso, Castelo Rá-tim-bum, Chiquititas, Caverna do Dragão, Chaves e dançava É o Tchan! A gente comia sempre em casa e a era rodeado de primos, irmãos, vizinhos e colegas de escola jogando taco na rua. A gente brincava de “verdade ou consequência” e fazia viagens de estudos para parques aquáticos. Muito provável que, recentemente, nos tornamos pais.

Nós somos millenials e é óbvio que nos dividimos entre criar nossos próprios filhos e cuidar de nossos pais, fazendo malabarismos com nosso trabalho e casa e mil afazeres e embora nos enquadrar em uma geração não nos defina verdadeiramente, nós sabemos que viemos para marcar a história – eu só espero que seja para melhor!