Nas refinarias, o preço médio do combustível está R$ 2,08. Reajuste da Petrobras pesa no bolso dos consumidores

No fim de janeiro, a Petrobrás divulgou um aumento do preço do litro do diesel em 4,4%. A gasolina foi reajustada pela segunda vez, em 5,05%. Dessa forma, o preço médio de venda da gasolina passou a ser vendido para as distribuidoras por R$ 2,08 e o diesel por R$ 2,12 o litro.

Em Bento Gonçalves, o valor da gasolina foi de R$ 4,68 para R$ 4,97, o que pesa muito no bolso dos consumidores. Segundo o gerente de um posto, Joel Bertol, todos os dias pessoas reclamam do acréscimo. “Quem define o preço não somos nós, eles só repassam o aumento que é dado, e aí vem a soma dos impostos, a questão do frete também. Tem tudo isso envolvido”, afirma.

Apesar disso, Bertol compreende a angústia dos motoristas. “Entendo a reclamação, porque é um absurdo pagar cinco reais em uma gasolina, depois sabemos que vai subir tudo, como também o mercado”, reitera.

Tendo em vista o novo preço, o gerente percebe que alguns estão economizando no combustível. “Em época de pagamento, na primeira semana, o movimento sempre aumenta. Já depois da metade do mês, tenho percebido que o pessoal está se segurando bastante nos gastos”, salienta.
Para o frentista Carlos Eduardo, muitos clientes estão insatisfeitos. “Eles têm falado bastante, costumam dizer que tem um problema na Serra, que aumentam os preços. Todos os dias ouvimos esse tipo de reclamação”, relata.

Também há a percepção de menos usuários no local. “O movimento tem diminuído durante a semana, exceto na sexta, que o preço da gasolina entra em promoção e fica R$ 4,65. Dessa forma, vem mais gente, muito mais pessoas abastecem os veículos”, esclarece.

Valor da gasolina assusta motoristas

O taxista Giovani Costa de Oliveira afirma que a alta da gasolina está interferindo muito na renda mensal. “Não podemos aumentar o preço das corridas devido à crise. Enquanto isso, o combustível não para de subir, impactando diretamente no rendimento final do proprietário do táxi e motoristas auxiliares. A margem de lucro diminui muito”, lamenta.

Para o motorista de aplicativo, Fagner Guterres, o rendimento também caiu. “O custo se torna cada semana mais caro, com os constantes aumentos no valor do combustível. Vivemos momentos muito difíceis”, salienta.

Trabalhar com o aplicativo, segundo Guterres, não é tão simples. “Em nossa atividade, com a alta do desemprego, houve um aumento no número de motoristas que buscaram os aplicativos de transporte para trabalhar. As plataformas com a maior fatia do mercado reduziram os valores das viagens, puxando o rendimento para baixo”, frisa.

Um motorista que faz corridas particulares e prefere não se identificar, afirma que em seu caso, por trabalhar menos com aplicativo, ainda está valendo a pena. “Mas acredito que para quem está trabalhando apenas com isso deve estar difícil. Dá uma média de R$ 250,00 para encher o tanque. Mas coloco todo dia R$ 100,00 para rodar o dia todo, às vezes falta e as vezes sobra, depende muito do dia”, esclarece.

Foto em destaque: Cleunice Pellenz