Com o pagamento do salário no início do mês, somado à data que homenageia as mães, consumidores invadiram o centro de Bento, movimentando a economia do município

Quem andou pelo Centro de Bento Gonçalves no sábado, 8 de maio, se impressionou com a quantidade de pessoas realizando compras para o Dia das Mães. Como uma das principais datas do ano para o comércio, após a flexibilização para bandeira vermelha os lojistas estavam na expectativa de recuperar parte dos danos financeiros causados pelas restrições da pandemia.

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Bento Gonçalves (Sindilojas-BG), Daniel Amadio, os comerciantes que entraram em contato foram unânimes em afirmar que as vendas foram melhores do que as expectativas. “Dia das Mães, semana de pagamento e protocolos flexibilizados. Estamos apurando em pesquisas para termos informações mais precisas”, afirma.

O presidente da Câmara dos Dirigentes lojistas (CDL), Marcos Carbone, explica que a data é a principal indutora de negócios para o comércio no primeiro semestre. “Esperava-se pequeno crescimento no comparativo com o desempenho registrado no ano passado, o que se confirmou na maior parte dos casos”, ressalta.

Por tais fatores, o período vendeu mais em 2021 do que em 2020. “Acreditamos que os resultados foram iguais a 2019, antes da pandemia, com alguns casos de superação. Isso é motivo de comemoração, pois demonstra que os impactos junto ao setor, que sofreu muito com a Covid-19, podem estar terminando”, sublinha Amadio.

O crescimento nas vendas visa recuperar o déficit que o coronavírus causou em mais de um ano. De acordo o presidente do Sindilojas, todo avanço visa reestabelecer os negócios para que sobrevivam. “Precisamos melhores resultados no decorrer do ano para recuperar os danos causados e voltarmos a contratar”, frisa.

Não foi o suficiente, entretanto, para recuperar a saúde financeira das lojas. “Será necessário muito mais tempo. O faturamento de um dia – ou de alguns dias, antecedendo a data comemorativa – não supre a demanda de um mês inteiro de despesas, muito menos recupera um ano de restrições e prejuízos. As vendas foram um alento, porém não quitam o déficit do setor, que está, ainda, muito fragilizado”, salienta Carbone.

A respeito das preferências de consumos dos bento-gonçalvenses, de acordo com dados preliminares fornecidos pelo Sindilojas, foram principalmente vestuário, cosméticos, perfumaria e calçados. A média de gastos foi de R$130, mas alguns apostaram em produtos de baixo valor.

A partir de agora, a previsão é de retorno à normalidade, caso os indicadores que acompanham os casos da doença fiquem como estão. “Está programado para a próxima sexta-feira, 14, protocolos mais flexíveis, deixando a gerência das regiões pelas próprias, junto às prefeituras. Para nós, isso é sinal de maior tranquilidade”, explica Amadio.

Carbone diz que a expectativa e o desejo são de que a situação retorne ao normal. “Embora o avanço da imunização esteja aquém do esperado e tenhamos ainda um cenário de retração no consumo, o comércio acredita que, pouco a pouco, os negócios devem ganhar mais estabilidade e, eventualmente, crescer”, pondera.

O que dizem os lojistas?

A proprietária de uma loja de roupa íntima, Meriene Balssanello, diz que as vendas supriram as expectativas. O movimento no estabelecimento foi maior que o esperado. “Para nós é a segunda data que mais vendemos, perdendo apenas para o Natal”, destaca.

Para o proprietário da loja Todo Dia 1,99, Eduardo Belatto, as vendas para homenagear as mães foram de suma importância. “Nossa loja estava muito bem preparada e, consequentemente, as vendas superaram as metas previstas”, garante.

Belatto relata que o aumento de clientes vai auxiliar na recuperação financeira do estabelecimento. “Nos ajuda a dar um pouco de fôlego para enfrentar as turbulências que esta pandemia gerou ao longo dos últimos meses”, conclui.

Flexibilização com responsabilidade

Para atender os clientes da melhor maneira possível, os lojistas se programaram. Amadio menciona que eles agiram com responsabilidade, cumprindo os protocolos determinados para evitar aglomerações. “O comércio é responsável pelos cuidados internos e trabalha de forma que não resultará em novo fechamento, aliando saúde com economia”, esclarece.

Carbone lembra que desde o início da pandemia os comerciantes estão tomando as devidas providências para evitar a propagação do vírus. “O comércio tem adotado, com agilidade, eficiência e comprometimento, todas as medidas necessárias para garantir a saúde tanto dos profissionais quanto dos consumidores. Por isso, seguir os protocolos nessa data comemorativa não foi novidade para as lojas, que estão preparadas para tal: adequação no fluxo de clientes no interior dos estabelecimentos, uso de máscara, álcool em gel e cuidado com a ventilação fazem parte do novo dia a dia”, completa.

Segundo a secretária de Saúde, Tatiane Fiorio, as recomendações de como proteger a si e as outras pessoas, mesmo diante das flexibilizações que estão ocorrendo, é a manutenção de todos os protocolos já definidos. “Manter o distanciamento de no mínimo um metro e meio, fazer a utilização de álcool em gel, além do uso correto da máscara, cobrindo o nariz e a boca. Esses cuidados básicos, sendo totalmente executados, nos protege da transmissão do vírus”, orienta.